Mesmo ap�s a redu��o das tarifas de transporte p�blico em 12 capitais - e em metade das cidades da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo -, novas manifesta��es levaram ontem mais de 1 milh�o de pessoas �s ruas de 75 cidades do Pa�s. E a viol�ncia voltou a se destacar: pela primeira vez desde o in�cio das manifesta��es, h� 15 dias, uma morte foi registrada, quando um motorista avan�ou sobre um manifestante em Ribeir�o Preto (SP). Pelo menos outras 77 pessoas ficaram feridas - 55 no Rio.
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A cena que mais chamou a aten��o, � noite, foi a tentativa de invas�o do Pal�cio do Itamaraty, em Bras�lia. A pol�cia tentou conter os invasores com g�s, mas o pr�dio teve janelas quebradas e focos externos de inc�ndio. Al�m disso, a paisagem da Esplanada dos Minist�rios foi tomada pelo g�s lacrimog�neo e at� a Catedral se tornou alvo de v�ndalos.
Ap�s duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Antes, o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa do Rio, o Pal�cio dos Bandeirantes e o Edif�cio Matarazzo (sede da Prefeitura de S�o Paulo) haviam sido alvo de protestos. Ontem, com novas bandeiras para o movimento sendo discutidas no Twitter e no Facebook e em meio �s reivindica��es sociais e pol�ticas diversas que eram ouvidas, um novo grito destacou-se: “sem partidos”. Integrantes dessas agremia��es foram proibidos de erguer bandeiras por todo o Pa�s e o PT viu fracassar a convoca��o de sua “onda vermelha”. Houve confronto at� entre manifestantes dos “sem partido” e os do “sem fascismo”. Mas o car�ter multifacetado do movimento j� preocupa especialistas e analistas pol�ticos, que falam em “mal-estar” da democracia no Brasil.
Em S�o Paulo, a manifesta��o chegou � C�mara, � Assembleia e a sede da Prefeitura, mas sem confrontos - na Paulista, o tom de festa venceu. No entanto, as consequ�ncias da redu��o de tarifa ainda eram avaliadas por Fernando Haddad (PT), que passou o dia refazendo contas. H� pelo menos tr�s hip�teses para cobrir o d�ficit financeiro provocado pela revoga��o do aumento da tarifa incluindo adiar o bilhete �nico mensal. De certo, o governo municipal aponta que o ritmo dos investimentos na cidade vai cair.
Ainda ontem, a Justi�a de S�o Paulo mandou soltar os quatro estudantes do Mackenzie e outras dez pessoas presas em flagrante e acusados de atos de vandalismo nos protestos de ter�a-feira, na regi�o da Avenida Paulista. Eles ainda v�o responder por forma��o de quadrilha, resist�ncia, crime de dano, desacato e inc�ndio. J� a Prefeitura vai cobrar do estudante de Arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, os danos que confessou ter causado � sede do Executivo municipal, na tentativa de invas�o, na ter�a-feira.
