
Os protestos violentos em Ipanema e no Leblon na noite de quarta-feira no Rio de Janeiro acenderam a luz amarela entre as autoridades brasileiras em rela��o � visita do papa Francisco ao Brasil, que come�a na segunda-feira. A preocupa��o principal � quanto � seguran�a do pont�fice, que vai desfilar em carro aberto pr�ximo aos fi�is pela orla de Copacabana, na Zona Sul, e em Guaratiba, bairro da Zona Oeste onde tamb�m ser� celebrada uma grande missa. O Vaticano informou oficialmente que tem conhecimento do atual momento de turbul�ncia social no Brasil, mas cr� que as manifesta��es n�o s�o contra a Igreja ou o papa. O governo ainda tenta negociar poss�veis altera��es na programa��o e em trajetos para evitar qualquer transtorno ao l�der da Igreja Cat�lica. Mais de 1,5 milh�o de pessoas s�o esperadas na pr�xima semana na capital fluminense. O efetivo de seguran�a dever� ser de 17 mil homens – o maior da hist�ria para um evento �nico no pa�s, j� que na final da Copa das Confedera��es foram 10 mil policiais. Pelo menos quatro protestos est�o marcados nas redes sociais para ocorrerem durante esse per�odo.
Os integrantes da equipe de seguran�a do Brasil acreditam que blindar o ve�culo do papa seria seguro n�o apenas para, eventualmente, evitar qualquer dano com disparo de arma de fogo, mas tamb�m impedir que o pont�fice seja atingido por objetos que possam ser arremessados, como garrafas. Como os deslocamentos v�o durar um tempo consider�vel – o per�odo n�o pode ser exatamente calculado porque n�o se sabe como ser� a rea��o do papa no trajeto –, as autoridades do pa�s demonstram preocupa��o, mas respeitam a decis�o do Vaticano de n�o utilizar blindados.
Os padres brasileiros sabem dos riscos das �reas onde o pont�fice vai passar no Rio de Janeiro. Mas a avalia��o � que ele tem de estar onde o povo mais precisa – apesar dos apelos da �rea de seguran�a feitos aos l�deres religiosos. Ontem, o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de S�o Paulo, disse que as recentes manifesta��es ocorridas no Brasil n�o s�o contr�rias � Jornada Mundial da Juventude, mas n�o descartou a hip�tese de protestos contra a Igreja.
Para reduzir os riscos durante a passagem do papa, o coordenador de Defesa de �rea, general do Ex�rcito Jos� Alberto da Costa Abreu, explicou que n�o ser� permitida a entrada de manifestantes mascarados e com objetos que possam colocar em risco a integridade dos fi�is no Campus Fidei (Campo da F�), em Guaratiba, na Zona Norte do Rio. Apenas os peregrinos que estiverem na �rea mais pr�xima ao palco ser�o revistados. Haver� barreiras num raio de 4 quil�metros do local. O Pal�cio Guanabara, sede do governo do Rio, onde ser� realizada a cerim�nia de boas-vindas ao pont�fice, ficar� isolado.
Surpresa
A dispensa do papam�vel blindado pegou a Secretaria Extraordin�ria de Seguran�a para Grandes Eventos (Sesge) de surpresa e obrigou os �rg�os brasileiros a elaborarem um plano B para garantir a seguran�a do papa. Segundo a assessoria da Sesge – unidade criada pelo Minist�rio da Justi�a –, o contingente especificamente para o evento ser� de 10 mil agentes, excluindo Ex�rcito, Marinha e Aeron�utica. Em Guaratiba, a situa��o se inverte. A coordena��o est� com o Minist�rio da Defesa, com 7 mil militares e apoio de mais 2 mil agentes de seguran�a. Caso o Vaticano mantenha a escolha de um ve�culo aberto, haver� um aumento do policiamento mais pr�ximo ao chefe de Estado do Vaticano, ao redor da c�lula de seguran�a particular do papa Francisco.