
Em clima de emo��o, o papa Francisco deixou o palco montado no Leme, na Orla da Zona Sul do Rio de Janeiro. Saudado pela multid�o de fi�is, o pont�fice seguiu para resid�ncia no Sumar�, onde est� hospedado. Muitos fi�is, contudo, permanecem nas praias do Leme e de Copacabana, aguardando pelos shows religiosos que tamb�m fazem parte da programa��o da Jornada Mundial da Juventude.
O papa Francisco foi bastante aplaudido pelos peregrinos no fim de sua fala na Missa da Acolhida da Jornada Mundial da Juventude. Ap�s a sua participa��o, parte dos peregrinos come�a a deixar a praia de Copacabana, congestionando o sistema de transporte coletivo do Rio de Janeiro.
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Em contraste com o discurso que fez na manh� desta quinta-feira, 25, na Favela da Varginha, no qual abordou quest�es terrenas e brasileiras como os protestos nas ruas, as injusti�as sociais e a pacifica��o das favelas, o papa Francisco fez aos milhares de jovens que foram v�-lo nesta noite na Festa de Acolhida da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana, um apelo para que se voltem para a espiritualidade.
No pronunciamento marcado por cita��es da B�blia e linguagem coloquial, o pont�fice recorreu a uma g�ria bem carioca - "bote f�"- para conclamar o p�blico a se engajar no cristianismo, deixar as obsess�es materiais - "o ter, o dinheiro, o poder"- e trocar a si mesmos por Deus como centro da vida. Francisco chamou esse processo de "revolu��o copernicana", em alus�o a Nicolau Cop�rnico (1473-1543), o cientista que formulou o heliocentrismo, teoria segundo a qual o centro do universo seria o sol, n�o a Terra.
"Mas o que podemos fazer? 'Bote f�'", pediu o Santo Padre, no discurso, no qual recorreu a uma imagem familiar - a prepara��o de comida - para expor seu pensamento. "A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou atrav�s do Brasil inteiro com este apelo. Bote f�: o que significa? Quando se prepara um bom prato e v� que falta o sal, voc� ent�o 'bota' o sal; falta o azeite, ent�o 'bota' o azeite... 'Botar', ou seja, colocar, derramar." Para o papa, a B�blia mostra o caminho para a jornada espiritual que recomendou aos jovens. "No Evangelho, escutamos a resposta: Cristo", afirmou.
"Jesus � Aquele que nos traz a Deus e que nos leva a Deus; com Ele toda a nossa vida se transforma, se renova e n�s podemos olhar a realidade com novos olhos, a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos."
Francisco pediu tamb�m aos jovens que se perguntassem, com sinceridade, em quem depositavam confian�a, em si pr�prios ou em Jesus e prop�s uma troca. "Sentimo-nos tentados a colocar a n�s mesmos no centro, a crer que somos somente n�s que constru�mos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder", declarou. "Mas n�o � assim! � verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilus�o de ser feliz, mas, no fim de contas, s�o eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. (...) Vejam, queridos amigos, a f� realiza na nossa vida uma revolu��o que pod�amos chamar copernicana, porque nos tira do centro e o restitui a Deus; a f� nos imerge no seu amor que nos d� seguran�a, for�a, esperan�a."
O papa citou S�o Pedro para falar da sua satisfa��o por estar na Jornada Mundial da Juventude. "� bom estarmos aqui!": exclamou Pedro, depois de ter visto o Senhor Jesus transfigurado, revestido de gl�ria", disse. "Queremos tamb�m n�s repetir estas palavras? Penso que sim, porque para todos n�s, hoje, � bom estar aqui juntos unidos bem torno de Jesus!" O pont�fice afirmou ainda que era bom estar em Copacabana, reunido com os jovens da JMJ, "botando Cristo na nossa vida, botando a f�, a esperan�a, o amor que Ele nos d�".
Logo ao chegar, em sua sauda��o aos jovens, o papa disse ver neles "o rosto do jovem Cristo" e pediu um minuto de sil�ncio e ora��o pelas v�timas de um acidente na Guiana Francesa. O pont�fice n�o seguiu estritamente o texto previamente distribu�do � imprensa. Por seis vezes, improvisou algumas frases descontra�das, algumas at� em portugu�s ao longo do pronunciamento feito principalmente em espanhol. O primeiro improviso foi dirigido aos moradores da cidade. "Sempre ouvi dizer que os cariocas n�o gostam da chuva e do frio", afirmou, logo no in�cio. "Mas voc�s est�o mostrando ser mais fortes que o frio e a chuva. Parab�ns! Voc�s s�o verdadeiros guerreiros!" Ele tamb�m fez alguns improvisos no discurso, como quando perguntou aos jovens se estariam dispostos a "entrar nesta revolu��o da f�".