Existe uma �rea em que o Brasil conseguiu chegar ao desenvolvimento muito alto: a expectativa de vida. A cada ano, os brasileiros vivem mais, em todo o Pa�s. Dos 5.565 munic�pios brasileiros, 3.176 t�m o IDHM longevidade muito alto. Nenhuma cidade est� na faixa baixo ou muito baixo. A diminui��o significativa da mortalidade infantil e a queda na fecundidade s�o as causas do sucesso no �ndice. O avan�o s� n�o � ainda maior por uma raz�o: a viol�ncia, que se espalha das grandes metr�poles para as cidades pequenas e centra fogo especialmente nos jovens.
"Dificilmente vamos avan�ar tanto ainda na mortalidade infantil. Agora temos que enfrentar a agenda dos jovens. A viol�ncia ainda � uma fonte importante de mortes que pode gerar crescimento na expectativa de vida", afirmou o presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), Marcelo Nery.
A expectativa de vida no Brasil hoje varia entre 65 anos, nas cidades de Cacimbas, na Para�ba, e Roteiro, em Alagoas, a 79 anos, nos munic�pios catarinenses de Balne�rio Cambori�, Blumenau, Brusque, Rio do Sul. Desde 1991, a diferen�a caiu de 20 para 14 anos entre os melhores e os piores.
O crescimento na expectativa de vida nos �ltimos 10 anos - 46% no Brasil 58% no Nordeste - poderiam ser ainda maior se n�o fosse o impacto da viol�ncia contra os jovens. O Brasil tem uma alta taxa de mortes violentas na popula��o em geral, mas a concentra��o das mortes entre jovens deixa o pa�s na mesma linha de pa�ses que passam por guerras civis e outros conflitos violentos. De acordo com o �ltimo Mapa da Viol�ncia, preparado pelo soci�logo Julio Jacobo Waiselfisz, a taxa chegou a 134 por 100 mil habitantes, mais do que o dobro do j� alto �ndice da popula��o em geral, de 54 por 100 mil. Nas palavras do autor, um exterm�nio juvenil.
"N�s n�o teremos grandes impactos mais por tratamentos m�dicos. Mas uma crian�a que deixa de morre em um ano o impacto � gigantesco. Um jovem que deixa de morrer o impacto � enorme", avalia Marcelo Nery. Essa li��o, no entanto, o Brasil est� deixando de fazer.