Grupo faz ato para lembrar 35 mil desaparecidos no Rio

O grupo Rio de Paz faz um protesto na manh� desta quarta-feira na Praia de Copacabana, no Rio, para lembrar os 35 mil desaparecidos no Estado desde 2007 de acordo com dados do Instituto de Seguran�a P�blica (ISP). Os ativistas estenderam na areia uma faixa com a pergunta "Onde est� Amarildo?", em refer�ncia ao pedreiro que sumiu na Rocinha no dia 14, depois de ser levado pela pol�cia para averigua��o.

Representam as v�timas dez manequins cobertos com tecido transparente. O fundador do Rio de Paz, Ant�nio Carlos Costa, afirma que o tecido de fil� que envolve os corpos faz alus�o � incerteza de n�o se conhecer o paradeiro deles. Faixas vermelhas representam o sangue das v�timas, que muitas vezes s�o torturadas e mortas, e m�scaras mostram que "os desaparecidos deixam de ser vistos como humanos e passam a ser considerados n�meros".

"S�o 35 mil desaparecidos, al�m dos casos n�o registrados nas delegacias, que n�o sabemos se est�o mortos", disse. "Eles podem ter sido enterrados em cemit�rios clandestinos, queimados, entregues para animais, jogados no mar ou at� mesmo podem ter tido seus corpos consumidos por �cido, um recurso que tem sido usado e n�o deixa vest�gios." Costa ressaltou a "viol�ncia excessiva" da pol�cia no Rio, que matou mais de 5 mil pessoas de 2007 a maio de 2013, segundo o ISP. "O policial deveria trabalhar para a polis, mas � inimigo da popula��o. N�o h� quem policie a pol�cia, que tem como um de seus s�mbolos uma caveira."

Ele lembrou de casos como o da engenheira Patr�cia Amieiro, desaparecida em 2008 ao ser perseguida pela pol�cia ap�s n�o parar em uma blitz na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. "At� pouco tempo, a m�e de Patricia esperava que a filha voltasse para casa." Costa afirmou tamb�m que a fam�lia de Amarildo participaria do ato desta quarta-feira em Copacabana, mas a mulher do pedreiro ficou bastante alterada ap�s ver o corpo de uma mulher numa vala na Rocinha, nesta ter�a-feira, 30, para checar se seria dele. No entanto, eles devem participar de um novo ato nesta quinta-feira, 1, na comunidade.