Os depoimentos de Elisabete Gomes da Silva e Maria Eunice Lacerda, esposa e irm�, respectivamente, do pedreiro Amarildo de Souza, que estavam previstos para esta segunda-feira, 19, na Divis�o de Homic�dios (DH) da Pol�cia Civil do Rio, foram adiados a pedido do advogado Jo�o Tancredo, que representa a fam�lia do pedreiro.
Amarildo, de 43 anos, est� desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando PMs o levaram de sua casa, na favela da Rocinha, at� a sede da UPP, na �rea conhecida como Port�o Vermelho. O delegado Rivaldo Barbosa espera concluir, nos pr�ximos dias, a segunda rodada de depoimentos dos PMs da UPP e de parentes de Amarildo, para fazer, ainda nesta semana, a reconstitui��o dos �ltimos passos do pedreiro at� seu sumi�o.
Todos os envolvidos no caso est�o sendo novamente ouvidos para comparar com as declara��es prestadas antes de os investigadores descobrirem o trajeto da viatura da PM que conduziu Amarildo at� a UPP. Desde o in�cio das investiga��es se sabia que o sistema de rastreamento por sat�lite (GPS) da viatura estava inoperante, mas a pol�cia conseguiu descobrir o trajeto do ve�culo por meio de um dispositivo instalado no radiocomunicador da viatura.
Oficialmente, a DH, que j� considera Amarildo morto, trabalha com duas hip�teses para o crime: envolvimento de PMs da UPP ou de traficantes da Rocinha. A Justi�a concedeu � fam�lia de Amarildo o benef�cio da gratuidade de justi�a no processo de indeniza��o que a fam�lia do pedreiro move contra o Estado na 4ª Vara de Fazenda P�blica do Rio.
A fam�lia pede indeniza��o por danos morais, pens�o mensal no valor de um sal�rio m�nimo e custeio do tratamento m�dico e psicol�gico necess�rios. Esses pedidos n�o foram concedidos em car�ter liminar (provis�rio). Na senten�a, o juiz afirmou que antes � necess�rio observar o "princ�pio do contradit�rio e da ampla defesa". Ou seja, que � preciso, antes, ouvir os depoimentos dos policiais militares envolvidos na abordagem do pedreiro e que, segundo testemunhas, o levaram para a UPP.