O Primeiro Comando da Capital (PCC) prepara novos ataques caso a c�pula seja transferida para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenci�ria de Presidente Bernardes, no interior de S�o Paulo. Diante das novas amea�as do bando, o comandante-geral da Pol�cia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, p�s a corpora��o em estado de alerta.
As amea�as da fac��o se estendem a 2014, quando os bandidos prometem uma “Copa do Mundo do terror” e ataques nas elei��es. Os planos dos criminosos foram interceptados em telefonemas recentes flagrados pela intelig�ncia da pol�cia. Os bandidos afirmam que v�o fazer uma greve branca nos pres�dios se a lideran�a do PCC for transferida para o RDD. Tamb�m dizem que, em caso de rea��o do governo paulista � greve, criminosos nas ruas v�o atacar.
“Passei uma mensagem aos meus homens para que eles redobrem a aten��o no atendimento das ocorr�ncias, quando estacionam os carros e no caminho para casa”, afirmou Meira. Em 2012, depois de a fac��o ordenar ataques a policiais, 106 PMs foram assassinados.
As novas ordens do crime surgiram depois de a defesa de criminosos como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o chef�o do PCC, ter acesso aos detalhes da megainvestiga��o realizada por tr�s anos contra o crime organizado. Grande parte do mapeamento das a��es do PCC foi feito com a colabora��o de Pms.
As orienta��es sa�ram por meio de telefonemas dados pelos l�deres que est�o na Penitenci�ria 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. “O clima � muito tenso na regi�o. Eles est�o transmitindo as ordens pelos celulares porque querem que a gente saiba”, afirmou um dos 23 promotores dos Grupos de Atua��o Especial e Repress�o ao Crime Organizado (Gaecos) do Estado que assinaram a den�ncia contra os 175 acusados de pertencem � organiza��o criminosa.
A intelig�ncia policial verificou tamb�m que o bando tomou precau��es para o caso de toda a c�pula ser isolada no RDD de Presidente Bernardes. Marcola e os demais integrantes da Sintonia Final Geral escolheram substitutos que devem assumir os neg�cios da organiza��o criminosa. Tudo isso para que o tr�fico de drogas n�o seja prejudicado.
Durante a greve branca, os l�deres do PCC querem impedir a inclus�o de novos detentos na cadeia. Pretendem se recusar a serem fechados nas celas, ficando livres nos p�tios. Tamb�m paralisariam o trabalho nas pris�es onde existem oficiais. Em caso de interven��o do Grupo de Interven��o R�pida (GIR), da Secretaria da Administra��o Penitenci�ria (SAP) ou da Tropa de Choque, os detentos da fac��o pretendem come�ar atentados nas ruas. De acordo com a intelig�ncia policial, funcion�rios dos pres�dios tamb�m foram informados por presidi�rios sobre as supostas inten��es da fac��o. O conte�do dessas novas escutas n�o faz parte da den�ncia apresentada pelos promotores.
Press�o
As amea�as do crime organizado contra o Estado surgem no momento em que o Poder Judici�rio analisa dois recursos apresentados pelo Minist�rio P�blico Estadual (MPE) contra as decis�es de ju�zes que negaram a transfer�ncia da c�pula da fac��o para o RDD e a decreta��o da pris�o de todos os 175 acusados - 16 deles tiveram a den�ncia rejeitada.
Na semana passada, um dos promotores do caso relatou no Gabinete de Gest�o Integrada (GGI), no Comando Militar do Sudeste, do Ex�rcito, a amea�a feita pelo PCC para os eventos de 2014. A expans�o das atividades da fac��o criaria novos riscos. “A fac��o sabe que teremos muitos turistas aqui durante a Copa”, afirmou o promotor.