Um policial militar que atuou na Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio, acusa mais cinco colegas de participa��o na morte do pedreiro Amarildo de Souza, de 43 anos, morador da favela desaparecido em 14 de julho deste ano.
Dez PMs est�o presos. Eles foram denunciados sob a acusa��o de pr�tica de tortura seguida de morte e oculta��o de cad�ver. O processo j� est� na 35ª Vara Criminal. Caso outras pessoas sejam acusadas pelo crime, o Minist�rio P�blico ter� de fazer um aditamento para inclu�-las como r�s.
Depoimento de madrugada
O policial dep�s durante a madrugada desta segunda-feira, 14, a promotores que integram o Grupo de Atua��o Especial de Repress�o ao Crime Organizado (Gaeco). Por quest�o de seguran�a, o PM n�o teve o nome divulgado, mas a princ�pio n�o � nenhum dos dez policiais j� presos. Ele est� sob prote��o.
Segundo o Minist�rio P�blico Estadual, o policial militar contou que, ao chegar para trabalhar em 14 de julho, recebeu de um tenente a ordem para que permanecesse dentro de um cont�iner, onde funciona parte da UPP, at� receber autoriza��o para sair. Como ele, outros policiais ficaram ali por quase 45 minutos. Nesse per�odo, ouviram gritos de dor de um homem e outros ru�dos que teriam sido emitidos durante uma sess�o de tortura. O policial afirmou n�o ter visto a pessoa que teria sido alvo da viol�ncia, mas teria identificado alguns dos autores da tortura.
O Gaeco foi designado pelo procurador-geral de Justi�a, Marfan Martins Vieira, para acompanhar os desdobramentos do caso Amarildo na Justi�a fluminense. No dia 4, a ju�za Daniella Alvarez Prado, da 35.ª Vara Criminal do Rio, decretou a pris�o preventiva dos dez PMs j� denunciados. Os dois oficiais e oito pra�as eram lotados na UPP da Rocinha.
Para justificar o decreto de pris�o preventiva, a magistrada escreveu que h� ind�cios de intimida��o de testemunhas. De fato, tr�s testemunhas do inqu�rito foram inclu�das no programa de prote��o do governo federal. Na mesma decis�o, a ju�za tamb�m recebeu a den�ncia do Minist�rio P�blico do Rio contra os PMs, o que na pr�tica os torna r�us na a��o penal.
Buscas
Na sexta-feira, 11, a Pol�cia Civil do Rio vasculhou, sem sucesso, dois reservat�rios de �gua no alto da Rocinha, na tentativa de encontrar os restos mortais de Amarildo. Ao todo, 70 policiais militares e bombeiros participaram das buscas. A delegada Elen Souto disse posteriormente que n�o pretende realizar mais buscas pelo corpo, a n�o ser que surjam novas informa��es.