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Estado de Minas

Revalida tem pior �ndice de aprova��o na primeira fase deste ano

Dos 1.595 candidatos que fizeram a prova, apenas 155 passaram para a segunda etapa. A maioria dos m�dicos que realizam o exame s�o brasileiros que formaram-se na Bol�via


postado em 04/11/2013 07:41

Criado em 2011, o Exame Nacional de Revalida��o de Diplomas M�dicos Expedidos por institui��es de Educa��o Superior Estrangeiras (Revalida) teve este ano o pior percentual de aprova��o na primeira fase da avalia��o, 9,72%. Dos 1.595 candidatos que fizeram a prova, 155 passaram para a segunda etapa. Em 2011, os aprovados na mesma fase foram 14%, em 2012, foram 12,5%.

A cada prova, surge a discuss�o sobre os motivos do alto �ndice de reprova��o e as opini�es s�o divergentes entre professores, m�dicos formados no exterior e entidades m�dicas.

O perfil dos inscritos nas tr�s edi��es do Revalida � principalmente de m�dicos de nacionalidade brasileira. Eles respondem por mais da metade das inscri��es em cada um das edi��es. Em seguida est�o os bolivianos e peruanos. Quanto � origem do diploma, a Bol�via lidera a lista. Em 2013, chegou a 990 o n�mero de inscritos com diploma emitido na Bol�via. Os dados s�o do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira, respons�vel pela aplica��o do exame.

Sobre a prova

O Revalida avalia conte�dos e compet�ncias das cinco �reas de exerc�cio profissional: cirurgia, medicina de fam�lia e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetr�cia e cl�nica m�dica. Na primeira fase � aplicada uma prova objetiva de m�ltipla escolha e quest�es discursivas nos turnos da manh� e da tarde.

A parte objetiva tem 110 quest�es retiradas de um banco de itens e elaboradas por professores de universidades que aderem ao exame. As quest�es descrevem quadros de enfermidades e o estudante tem que escolher ente itens com op��es de diagn�stico, exames e medicamentos recomendados. As quest�es discursivas s�o cinco e seguem a linha da objetiva. A segunda fase � uma prova pr�tica, com a simula��o de atendimentos m�dicos usando atores e manequins.

Opini�es

Apesar do baixo n�mero de aprovados, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Bras�lia (UnB), Paulo C�sar de Jesus, diz que o percentual � compat�vel com o que era verificado no processo da UnB para a revalida��o de diplomas de medicina antes do Revalida.

“A UnB tem experi�ncia em revalida��o de diplomas e, por volta de 2002, passamos a aplicar a mesma prova da resid�ncia e passavam menos de 10%. A reclama��o na �poca era que a prova era muito dif�cil, que era feita para reprovar, mas era a prova da resid�ncia para um rec�m-formado que est� entrando no mercado de trabalho”, disse.

Na avalia��o de Paulo C�sar, o n�vel de dificuldade do exame � adequado e ele defende um processo capaz de selecionar apenas os bons profissionais. “Em qualquer pa�s mais s�rio, o profissional � submetido a uma avalia��o escrita e de habilidades. N�o se exp�e a popula��o a m�dicos que n�o t�m forma��o boa. � isso que est� por tr�s dessa avalia��o. N�o � para punir ningu�m, � para garantir que o diploma vai ser emitido para uma pessoa que tem condi��o”.

A coordenadora da Associa��o M�dica Nacional, Ma�ra Fachini, Wesley Ca�ador, tem opini�o diferente. Formada em Cuba, ela fez a prova do Revalida e n�o foi aprovada. Ma�ra disse que o grau de dificuldade das quest�es da prova varia entre m�dio e alto. A m�dica considera que o tempo para fazer a prova n�o � suficiente e que o elevado �ndice de reprova��o est� ligado tamb�m a quest�es pedag�gicas. “Um grande problema � a extens�o da prova, d� menos de dois minutos por quest�o e ainda tem que transferir as respostas para o cart�o. S�o casos cl�nicos que exigem leitura e an�lise detalhada. A extens�o da prova provoca desgaste”, diz a coordenadora da associa��o, que re�ne m�dicos com diploma estrangeiro.

Para o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d'Avila, o motivo da grande reprova��o no Revalida � a m�-forma��o dos profissionais. “O Revalida mostra que esses m�dicos que v�m pra c�, da Am�rica Latina ou brasileiro formado na Bol�via, principalmente, n�o est�o preparados para atender o brasileiro. A prova do Revalida � dif�cil para quem n�o estudou medicina devidamente”, opina.

Uma dos questionamentos que surge quando o tema � o Revalida � se os m�dicos brasileiros teriam bom �ndice de aprova��o caso fossem submetidos � prova. Neste ano, o Minist�rio da Educa��o planejou aplicar um pr�-teste a estudantes brasileiros do sexto ano de medicina para avaliar se o exame est� dentro das diretrizes curriculares do pa�s. Como a participa��o dos estudantes seria volunt�ria, a baixa ades�o fez com que a prova fosse adiada sem previs�o de nova data.

Outras formas de revalidar o diploma

O Revalida n�o � a �nica alternativa para os m�dicos formados no exterior revalidarem o diploma no Brasil. As universidades p�blicas podem aderir ao exame ou fazer um processo pr�prio de revalida��o, conforme previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o (LDB). Este ano, 37 institui��es aderiram ao exame.

O processo conduzido pelas universidades, no entanto, tamb�m gera reclama��es quanto � demora. A m�dica brasileira Verusca Rodrigues se formou em Cuba em 2006, antes da cria��o do Revalida, e gastou dois anos para ter o diploma reconhecido no Brasil. Ela conta que buscou v�rias universidades, enfrentou burocracia e diferentes metodologias de avalia��o. “Cada universidade tem regras pr�prias e abre o processo por semestre ou por ano. Acontece que umas abriam, outras n�o, umas cobravam pre�os exorbitantes e t�nhamos dificuldade para entregar documentos”, conta Verusca. Para ela, uma prova nacional como o Revalida simplifica o processo.

Procurado pela Ag�ncia Brasil, o Inep, respons�vel pela aplica��o do exame, informou que n�o teria condi��es de se manifestar sobre o assunto na �ltima semana. Ao divulgar o resultado da primeira fase do Revalida, o Inep informou que a avalia��o foi criada como uma estrat�gia de unifica��o nacional do processo e � refer�ncia de utiliza��o de par�metros igualit�rios da forma��o m�dica no pa�s, em conson�ncia com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Medicina.

Mais m�dicos

A lei que criou o Programa Mais M�dicos prev� que os profissionais com diploma estrangeiro n�o precisam revalid�-lo para trabalhar no programa. Por�m, ap�s o fim do contrato, se o m�dico quiser trabalhar no pa�s, precisar� passar pela revalida��o. O programa contratou m�dicos brasileiros e estrangeiros para atuar em regi�es com d�ficit de profissionais, como no interior do pa�s e nas periferias dasgrandes cidades.


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