Entidades envolvidas com o transporte rodovi�rio de cargas apresentaram nessa segunda-feira (25) ao governo uma proposta unificada para renova��o da frota de caminh�es do pa�s. Os empres�rios sugerem b�nus de R$ 30 mil e a cria��o de linhas de cr�dito para substituir os cerca de 210 mil ve�culos com mais de 30 anos em circula��o atualmente. A renova��o se daria com encaminhamento para reciclagem de 30 mil a 40 mil caminh�es por ano, e estaria conclu�da em prazo de sete a dez anos. O documento foi apresentado ao Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior e � Casa Civil. A quest�o voltar� a ser debatida em reuni�o no dia 10 de dezembro.
De acordo com Marcos Fonseca, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e A�o (Inesfa), uma das entidades signat�rias da proposta, a ideia � que o governo repasse o b�nus de R$ 30 mil aos propriet�rios que entregarem o caminh�o antigo para reciclagem. "� o valor m�dio de mercado [dos caminh�es]", explica. A sucata seria utilizada na siderurgia e fundi��o. Os caminhoneiros receberiam ainda, das empresas de sucata, o valor correspondente ao peso de seus ve�culos.
Pela proposta, os valores ser�o complementados por linhas de cr�dito destinadas � aquisi��o de ve�culos novos e seminovos. "A expectativa � que o governo federal disponibilize linhas de financiamento especiais por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social, com mais facilidades de acesso", disse o senador Cl�sio Andrade (PMDB-MG), presidente da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT), que tamb�m � componente do grupo.
Como grande parte dos ve�culos tem multas, as entidades querem que uma alternativa para a quest�o tamb�m entre nas discuss�es com o governo. "Vai ter que haver uma ren�ncia de ambas as partes. Esses ve�culos velhos t�m muitas multas. A maior parte da frota, cerca de 190 mil, pertence a aut�nomos. � um dinheiro que n�o se recebe mais. Por isso, nas pr�ximas discuss�es, seria interessante ter representes do Minist�rio da Fazenda, pois deve haver uma ren�ncia fiscal", destacou Marcos Fonseca.
O programa pode englobar ainda outros tipos de ve�culos, futuramente. "O Brasil � o quarto maior consumidor do mundo de ve�culos e n�o tem uma regra de quando [o ve�culo velho] deve sair de circula��o. Temos uma frota com idade m�dia bastante avan�ada. Durante anos tentamos levar � frente um projeto de estabelecer regras sobre idade veicular. Conseguimos enfim gerar uma vontade pol�tica reunindo todas as entidades e sindicatos. A ideia � come�ar com caminh�es. Depois passaremos para �nibus e futuramente autom�veis", ressaltou Fl�vio Meneghetti, presidente da Federa��o Nacional da Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave).
Al�m da CNT, da Inesfa e da Fenabrave, assinam a proposta a Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), a Associa��o Nacional do Transporte de Cargas e Log�stica (NTC&Log�stica), o Sindicato Interestadual da Ind�stria de Materiais e Equipamentos Ferrovi�rios e Rodovi�rios (Simefre), o Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e A�o (Sindinesfa), o Sindicato Nacional da Ind�stria de Componentes para Ve�culos Automotores (Sindipe�as) e o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC (SMABC).
O ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, comentou a proposta apresentada pelos empres�rios ap�s audi�ncia no Pal�cio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff. "� um programa muito bom no meu ponto de vista, acho que pode ser extremamente �til para a ind�stria brasileira, porque a renova��o da frota teria um ganho ambiental muito grande". Pimentel destacou, no entanto, que o programa ainda deve passar pelo aval pela presidenta e descartou que possa ser lan�ado em 2013. "Quem decide � a presidenta da Rep�blica e por enquanto ela n�o tomou conhecimento do programa. Este ano est� praticamente encerrado e, se for lan�ado, vai ser no ano que vem", disse o ministro.