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Estado de Minas

Caminhada pede paz e protesta contra viol�ncia policial na periferia de SP

Mobiliza��o � realizada h� quase 20 anos na zona sul de S�o Paulo


postado em 02/11/2013 16:42 / atualizado em 02/11/2013 16:57

 Moradores da zona sul de São Paulo participam da 18ª Caminhada pela Vida e pela Paz(foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Moradores da zona sul de S�o Paulo participam da 18� Caminhada pela Vida e pela Paz (foto: Marcelo Camargo / Ag�ncia Brasil)

“Porque atirou em mim?” era a pergunta que os moradores da regi�o do Jardim �ngela, zona sul paulistana, levavam escritas em camisetas brancas e repetiram em refr�o ao sa�rem em passeata na manh� deste s�bado. O ato, que ocorre todos os anos no Dia de Finados, come�ou como uma rea��o � viol�ncia que afligia o bairro na d�cada de 1990. Neste ano, as centenas de manifestantes que sa�ram da Par�quia Santos M�rtires e foram at� o Cemit�rio Jardim S�o Lu�s prestaram solidariedade � comunidade da Vila Medeiros, zona norte, onde o estudante Douglas Rodrigues foi morto por um policial no �ltimo dia 27.

Segundo a Pol�cia Militar, Douglas foi baleado acidentalmente durante uma abordagem. A m�e do jovem diz que, antes de morrer, o estudante questionou o motivo do disparo. Desde ent�o, a frase tem sido difundida nas redes sociais como um bord�o contra a viol�ncia policial. “Eles [moradores da Vila Medeiros] nos pediram em comunh�o, em solidariedade, para assumir a campanha em que eles est�o usando as �ltimas palavras do menino antes de morrer”, explicou o padre respons�vel pela Par�quia Santos M�rtires, Jaime Crowe. “A nossa caminhada � buscar for�as e juntar �nimo, porque a paz � um caminho que temos que construir”.

Nos 18 anos em que a caminhada � feita, Crowe diz que viu aos poucos a realidade do bairro melhorar, apesar da regi�o ainda ser uma das mais violentas da cidade. O padre atribui que a evolu��o � resultado das a��es da comunidade e do crescimento dos investimentos do Poder P�blico. “A soma das pequenas a��es na regi�o e algumas grandes, como a presen�a do Hospital M'Boi Mirim, que cria perspectivas para as pessoas da regi�o”, cita ao relacionar os fatores, que na sua opini�o, ajudaram a reduzir o n�mero de homic�dios de 130 para cada 100 mil habitantes, em 1996, para 25 nos �ltimos indicadores.

Para continuar reduzindo a viol�ncia, o padre defende um policiamento que esteja mais pr�ximo � comunidade. “A gente luta por uma nova pol�cia. N�o uma Pol�cia Militar. Uma pol�cia que seja integrada na comunidade. Um policial que � conhecido pelo nome, n�o s� pela farda”, ressalta.

O professor de psicologia da Universidade de S�o Paulo Luis Gale�o veio da zona oeste para participar do ato. “S� a comunidade organizada que vai conseguir diminuir esses �ndices de viol�ncia. J� diminuiu muito, mas ainda tem muito a diminuir”, disse, ao responder porque participava da passeata.

Para Gale�o, o caso de Douglas � um exemplo do que acontece cotidianamente tamb�m no Jardim �ngela. “Muitos jovens morrem aqui sem qualquer not�cia sair nos jornais ou sem qualquer como��o. Ent�o, acho importante, quando se tem uma situa��o como essa, que houve como��o, que todo mundo relembre isso. Ningu�m deve morrer por um tiro, acidental ou n�o, da pol�cia”.

Robson Batista, educador em um servi�o que atende crian�as v�timas de viol�ncia no bairro, acredita que para enfrentar a viol�ncia � preciso trabalhar com os n�cleos familiares. “Trazendo a paz para o lar, a gente vai conseguir ter pessoas mais pac�ficas, independente de ser um policial ou um menino que n�o teve oportunidades e resolveu ir para o crime”, disse.


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