Com monitoramento falho, algumas �reas de risco que tiveram casas removidas v�m recebendo novos moradores. No Parque Santa Madalena, zona leste da capital, at� o local onde um homem morreu soterrado h� quatro anos j� est� ocupado por novas moradias.
"Na �poca em que ergui o barraco, n�o sabia que j� tinha morrido gente aqui. Acho que se soubesse nem teria comprado o terreno", diz a diarista Sandra de Jesus Oliveira, de 34 anos, que pagou R$ 300 pela �rea onde construiu o barraco de 20 metros quadrados onde mora com seis filhos e o genro.
"Quando chove, a gente vem dormir na parte da frente do barraco, porque se a terra descer tem menos perigo de ela chegar at� n�s" diz o cabeleireiro Valden�rio Antonio da Silva, de 20 anos, genro de Sandra. Naquela �rea do morro, 330 fam�lias foram removidas entre 2011 e 2012, mas dezenas de novos barracos j� tomam a �rea.
Em toda a comunidade, s�o 2.600 fam�lias, n�mero que n�o para de crescer. Entre as futuras moradoras est� a dona de casa Tha�s Ferreira Brand�o Cardoso, de 20 anos. Ela pagou R$ 800 a quatro rapazes para constru�rem um barraco no morro, onde vai morar com o marido e dois filhos, um deles de dois meses. "Pagava R$ 150 de aluguel, mas a dona pediu a casa. Onde vou encontrar outro lugar pelo mesmo valor? Tive de vir para c�. Prefiro passar medo no barraco do que na rua", afirma.
Monitoramento falho
Para a arquiteta Maria Augusta Justi Pisani, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o monitoramento das �reas de risco j� desocupadas deveria ser aprimorado. "Existem ferramentas pelas quais � poss�vel monitorar essas �reas a dist�ncia. Mas a melhor fiscaliza��o � a dos pr�prios moradores" diz a especialista.
"Se a Prefeitura remover as casas e colocar um equipamento p�blico no local, como uma pra�a, os moradores ser�o os primeiros a cuidar daquele local e denunciar novas ocupa��es", diz. O secret�rio Jos� Floriano de Azevedo Marques diz que a pasta orienta as subprefeituras a sempre demolirem as casas e barracos ap�s a sa�da das fam�lias.
"A demoli��o � importante para evitar novas ocupa��es, mas tamb�m estamos contando com a ajuda das fam�lias que moram ao redor da regi�o desocupada, para que denunciem as invas�es", diz. Segundo o secret�rio, parte das �reas de risco desocupadas ser� contemplada com parques lineares. "Essa revitaliza��o vai impedir novas invas�es", afirma.