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Estado de Minas

"Capit�o Ubirajara" nega ter cometido torturas durante a ditadura militar


postado em 13/12/2013 10:21 / atualizado em 13/12/2013 10:24

O delegado aposentado da Pol�cia Civil Aparecido Laerte Calandra apontado por testemunhas como torturador de presos pol�ticos durante a ditadura militar, negou todas as acusa��es contra ele em depoimento prestado nesta quinta-feira. 12, � Comiss�o Nacional da Verdade e disse ter sido “um burocrata” do Destacamento de Opera��es de Informa��es do Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi).

Calandra, conhecido na �poca pelas testemunhas como “Capit�o Ubirajara”, atuou por quase dez anos no Destacamento de Opera��es de Informa��es do Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi) em S�o Paulo, onde militantes de esquerda foram presos e torturados. “Nunca violei os direitos humanos, nunca torturei”, afirmou Calandra ao prestar esclarecimentos � comiss�o, ontem, no gabinete da Presid�ncia da Rep�blica em S�o Paulo, na Avenida Paulista.

A avalia��o dos integrantes do colegiado � de que Calandra se afundou em contradi��es ao longo do depoimento. Ele chegou a negar ter trabalhado no DOI-Codi, mas foi obrigado a se corrigir depois que o coordenador da comiss�o, Pedro Dallari, apresentou um documento no qual o II Ex�rcito elogiava a atua��o de Calandra “pelas diversas atividades de combate � subvers�o e ao terrorismo”. Ao ver o documento, Calandra admitiu que foi “um burocrata do DOI-Codi” - e afirmou, em seguida, que nunca ouviu gritos nem queixas dos vizinhos ao local onde trabalhava.

“O depoimento (de Calandra) foi muito pouco cr�vel. As evid�ncias s�o robustas contra ele”, disse Dallari. Outro integrante da comiss�o, o advogado Jos� Carlos Dias, afirmou que o depoimento de Calandra foi “uma desfa�atez”. “V�rias pessoas vieram contar os horrores que passaram. E ele nega tudo isso. � imposs�vel. � uma desfa�atez”, disse o advogado.

Num segundo momento, questionado pela comiss�o sobre o jornalista Vladimir Herzog, morto por torturadores da ditadura militar nas depend�ncias do DOI-Codi em 1975, Calandra voltou a se contradizer. Negou saber que Herzog fora detido no DOI-Codi, mas recuou depois de a comiss�o apresentar ao ex-delegado um pedido de sua autoria solicitando per�cia da morte de Herzog. Calandra confirmou ser o autor do pedido, mas disse que n�o tinha conhecimento das circunst�ncias da morte do jornalista.

Questionado, ao final, sobre o que tinha ouvido das testemunhas, Calandra afirmou que “dorme muito bem”. Em resposta, ouviu dos poucos ex-presos pol�ticos que acompanhavam a sess�o gritos de “assassino mentiroso” e “torturador”.

Torturados

Antes de colher o depoimento do ex-delegado, a Comiss�o ouviu relatos de sete pessoas que afirmaram ser v�timas de torturas praticadas por Calandra. Uma delas foi a advogada aposentada Darci Toshiko Miyaki.

Ela disse que ficou est�ril ap�s passar pelas torturas praticadas pelo delegado. Segundo ela, o ex-delegado dava choques el�tricos dentro de sua vagina. “Ele enfiava o dedo para colocar os fios e praticava pessoalmente os choques”, relatou a advogada.


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