(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mediador teme mais conflitos com �ndios em Humait�


postado em 06/01/2014 09:13

O ressentimento entre brancos e �ndios na regi�o de Humait�, no sul do Amazonas, pode gerar mais conflitos como o que abalou a cidade no dia do Natal. Para o bispo d. Francisco Merkel, de 69 anos, a quem foi confiado o papel de mediador do conflito, se ficar comprovada a participa��o de ind�genas no desaparecimento de tr�s homens na reserva, a tens�o vai aumentar.

Segundo ele, quando a popula��o local atacou as instala��es ind�genas na cidade, al�m da revolta contra os �ndios, havia uma insatisfa��o com as autoridades. “Tr�s homens de bem sumiram e tudo apontava para os �ndios, mas o que fizeram as autoridades? Nada. Ent�o, o principal alvo da explos�o foi essa in�rcia do governo.”

O bispo conta que, no dia 24 de dezembro, ele foi ao local em que a multid�o paralisava o servi�o de balsas no Rio Madeira e sentiu um clima t�o tenso que n�o conteve o choro. “No dia seguinte, vi que o problema ia al�m da quest�o dos desaparecidos pois havia muita raiva. � dor dos familiares se juntou a revolta de outras pessoas.”

Para o bispo, se as autoridades tivessem iniciado as buscas pelos desaparecidos, o conflito n�o teria acontecido. “Houve uma reuni�o de emerg�ncia e ficou tudo acertado para iniciar as buscas, s� que n�o foi feito.” Diante da demora na investiga��o, a multid�o teria decidido fazer alarde para chamar a aten��o.

“Quando soube o que estava acontecendo, fui � sede da Funai e vi que n�o tinha condi��es de mediar nada. Era um clima de raiva, de explos�o, e cheguei a temer pela minha integridade”, contou. Segundo o bispo, sem escudos e capacetes, a Pol�cia Militar n�o estava preparada para enfrentar a multid�o. “No Natal, a cidade n�o tinha juiz, nem pol�cia, e o prefeito tamb�m estava ausente. O Natal � um dia com a fam�lia, mas tr�s homens estavam desaparecidos e a popula��o ia recorrer a quem? A revolta foi contra toda essa omiss�o”, disse.

Ped�gio
Acabar com o ped�gio cobrado pelos �ndios na Transamaz�nica � apontado por d. Francisco como uma medida essencial para a paz. Na regi�o desde 2000, ele lembra que os conflitos come�aram ap�s a cobran�a, em 2006.

“As pessoas n�o acham justo pagar para passar numa estrada sem asfalto e seguran�a”, afirmou. A omiss�o das autoridades em rela��o ao ped�gio levou a uma situa��o insustent�vel. “Se os �ndios t�m direito a uma compensa��o pela Transamaz�nica cortar a reserva, o governo � que tem de pagar.”

No papel de mediador, ele desenvolve estrat�gias para reduzir os ressentimentos. No dia 1º, a diocese organizou uma passeata pela paz em Humait� com cerca de 800 pessoas. Ontem, a igreja cat�lica se juntou �s evang�licas numa marcha em Apu� (AM). Outra proposta � a inclus�o do estudo da cultura ind�gena nas escolas que, embora seja lei, n�o � cumprida.

Acabar com a tens�o exige um trabalho longo, diz. “N�o d� para falar em meses, � coisa para anos. Eu faria uma advert�ncia �s autoridades: escutem, sintam o povo, n�o fiquem tentando resolver � dist�ncia.”

Buscas

Amanh�, o general de ex�rcito Eduardo Dias da Costa Villas Boas, comandante militar da Amaz�nia, sobrevoar� a regi�o. O oficial deve decidir se autoriza a entrada na floresta da tropa de elite do Ex�rcito, especialista em combate na selva, para ajudar nas buscas.

Os tr�s homens desapareceram na Transamaz�nica quando passavam de carro pela reserva ind�gena no dia 16 de dezembro. H� dez dias uma for�a-tarefa comandada pela Pol�cia Federal realiza buscas na regi�o. Na sexta-feira, 4, foram encontrados restos de um carro incendiado pr�ximo de uma aldeia tenharim. A per�cia que vai determinar se era o ve�culo usado pelos desaparecidos n�o tem prazo para ser conclu�da.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)