�ndios suspendem ped�gio e voltam �s aldeias, em Humait�

Os 140 �ndios que estavam sob a prote��o do Ex�rcito no 54º Batalh�o de Infantaria de Selva desde o ataque �s instala��es ind�genas da cidade, no dia 25, foram levados de volta �s suas aldeias na Terra Ind�gena Tenharim Marmelos, em Humait�, no sul do Amazonas. A opera��o ocorreu na madrugada desta segunda-feira 30, ap�s a Justi�a Federal determinar � Uni�o e � Funda��o Nacional do �ndio (Funai) o retorno e a ado��o de medidas de prote��o aos �ndios. Os caciques de cinco aldeias concordaram em suspender a cobran�a de ped�gio na rodovia Transamaz�nica (BR-230), enquanto a for�a-tarefa formada por homens do Ex�rcito For�a Nacional, Pol�cia Federal e Pol�cia Rodovi�ria Federal estiverem na �rea.

De acordo com o delegado da Pol�cia Federal Alexandre Alves, que comanda a for�a-tarefa, os �ndios que estavam no quartel havia quatro dias desejavam voltar para as aldeias, pois estavam separados de filhos e outros familiares. Quando um grupo de homens atacou os postos de ped�gio, s�bado, muitas crian�as fugiram para o mato. Seis ind�genas, entre eles duas gestantes e duas crian�as, precisaram de atendimento e foram levados para hospitais de Porto Velho. A evacua��o dos �ndios foi discutida em reuni�o com representantes da Funai e cinco caciques, entre eles Ivanildo Tenharim, o principal l�der dos ind�genas. C�pia da ata ser� enviada � Justi�a Federal. "Ainda n�o fomos notificados, mas estamos atendendo � determina��o judicial", informou o delegado.

Al�m da base avan�ada do Ex�rcito em Santo Antonio do Matupi, a for�a-tarefa manter� postos de controle na entrada e sa�da da reserva e em pontos estrat�gicos, como o acesso � balsa no rio Madeira, em Humait�.

Desaparecidos

Presentes numa entrevista coletiva dada pelo delegado, familiares dos tr�s homens desaparecidos na �rea da reserva h� 15 dias cobraram mais rapidez na investiga��o. "Queremos informa��es, sejam boas ou ruins. Temos esperan�a de que eles estejam vivos e n�o gostar�amos de ter not�cias pela televis�o", disse a esposa do professor Stef Pinheiro de Souza, dono do carro em que os tr�s viajavam quando sumiram. O delegado prometeu que as buscas ser�o intensificadas a partir de informa��es prestadas pelos pr�prios ind�genas, que foram ouvidos durante a perman�ncia do quartel. Segundo ele, os l�deres convocar�o uma assembleia para discutir a situa��o. "Eles tamb�m querem uma solu��o, pois est�o pagando pela suposta a��o de uma minoria."

As buscas pelos desaparecidos s�o realizadas a partir do km 130 da Transamaz�nica, onde teriam sido vistos pela �ltima vez. Al�m de helic�pteros, c�es farejadores e navegadores de selva - equipes especializadas em buscas na mata fechada -, uma equipe de peritos acompanhar� os trabalhos. Com base nas informa��es j� levantadas, foi delimitada uma �rea para a varredura.

O conflito com os �ndios come�ou ap�s o desaparecimento dos tr�s homens - al�m de Stef, o comerciante Luciano Ferreira Freire e o t�cnico Aldeney Ribeiro Salvador, supostamente sequestrados e mortos em retalia��o � morte do cacique Ivan Tenharim - ele teria ca�do da moto, mas os �ndios acreditam que foi assassinado. No dia do Natal, a popula��o revoltada incendiou a sede da Funai, a Casa de Sa�de do �ndio, ve�culos e um barco usado no atendimento �s popula��es ind�genas. Dois dias depois, um grupo armado incendiou os postos de ped�gio dos �ndios na Transamaz�nica. Ao pedido do Minist�rio de Defesa, uma for�a-tarefa com 500 homens passou a atuar na regi�o.

R�veillon

O conflito com os �ndios levou a prefeitura a suspender a festa de r�veillon em Humait�, no sul do Amazonas. Os shows em palcos montados na orla do rio Madeira, uma das principais atra��es, foram cancelados. Ser� mantida apenas a queima de fogos da virada, porque o material j� havia sido comprado.

De acordo com o prefeito Jos� Cidinei Lobo do Nascimento (PMDB), n�o h� clima para festa na cidade, depois dos dist�rbios registrados no Natal. "Tamb�m estamos mostrando solidariedade com as fam�lias dos moradores que est�o desaparecidos", disse.