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Estado de Minas

Moradores de Ita�ca relembram dia da enxurrada e contabilizam preju�zos


postado em 15/01/2014 09:33 / atualizado em 15/01/2014 09:37

Moradores de Itaóca contabilizam prejuízos e buscam por desaparecidos depois de enchente que atingiu o município(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Moradores de Ita�ca contabilizam preju�zos e buscam por desaparecidos depois de enchente que atingiu o munic�pio (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
 

Levou menos de 30 minutos, depois que come�ou a chuva no munic�pio do Vale do Ribeira, para que a funcion�ria p�blica Salene Martins, 36 anos, tivesse que sair pelos fundos da casa, j� com �gua na cintura. “Foi muito r�pido. Ouvi o barulho do rio muito forte, vi que a ponte estava cheia de entulho. S� deu tempo de pular o muro e me alojei com o meu filho em uma firma aqui perto”, relata, ao conferir os estragos que a enxurrada do �ltimo domingo (12) deixou na casa dela. Nos arredores, o cen�rio � o mesmo: paredes ca�das, m�veis retorcidos, muita lama, al�m do lamento pelas 12 mortes j� confirmadas na trag�dia.

A casa de Salene, no centro da cidade, fica a poucos metros da ponte sobre o Rio Palmital, que foi obstru�do nesse ponto com entulhos levados pela enxurrada. Segundo avalia��o dos governos estadual e municipal, um emaranhado de galhos de �rvores que ficou retido na ponte principal do munic�pio mudou o curso do rio, provocando a inunda��o da cidade. De acordo com a Defesa Civil Estadual, a tromba d'�gua que atingiu o Palmital teve origem nas serras onde est�o os afluentes que alimentam o rio. “Foram 200 mil�metros em cinco horas”, apontou o coordenador do �rg�o, coronel Aur�lio Alves Pinto.

Tamb�m a poucos metros do rio, Rosicl�ia Monteiro, 28 anos, retorna � casa onde vivia com os pais para tentar encontrar algum mantimento que tenha resistido � chuva. “N�o restou nada. S� a carca�a. Vamos ter que come�ar do zero”, relatou. Por enquanto, a fam�lia est� abrigada na casa de parentes. Apesar do preju�zo, ela considera que teve sorte. “S� perdemos bens materiais. A �ltima grande enchente aqui foi em 1997. Naquela �poca, a ponte rodou [foi levada pela enxurrada] e n�o causou tantos preju�zos”.

A fam�lia de Daiane Machado, 27 anos, por outro lado, n�o teve tempo de se abrigar. A casa, em que a m�e, a irm�, o cunhado e os dois sobrinhos estavam, foi carregada com a for�a das �guas. A jovem veio de Sorocaba para acompanhar as buscas pelos parentes. “At� agora s� encontraram minha irm� e minha sobrinha. Nem consegui chegar a tempo, j� tinham enterrado”, contou. A fam�lia morava em Lajeado, um bairro que fica a cerca de seis quil�metros do centro de Ita�ca, mas que foi bastante afetado pela tromba d'�gua.

As pontes que existiam nessa comunidade foram destru�das e, agora, o deslocamento dos moradores � feito pelo rio, com a �gua na cintura. � o caso de Aur�lio Petris, 40 anos, que n�o sabe como vai fazer para chegar ao trabalho, pois o deslocamento era feito de carro pela ponte. “Sou oper�rio de uma f�brica de cimento. N�o sei como vou me locomover. D� uns seis quil�metros daqui”, disse. Enquanto aguarda o retorno do trabalho, ele, que perdeu dois parentes na trag�dia, ajuda, como volunt�rio, carregando mantimentos e �gua para os vizinhos.

De acordo com a prefeito de Ita�ca, Rafael Camargo, as pontes ser�o refeitas, mas n�o haver� mais pilastras de alvenaria na base delas. “Agora vai ser mudada toda a ideia da estrutura da ponte. Vai ser feita em arco, sem apoio em baixo, para facilitar o fluxo do rio”, prometeu. Ele informou ainda que a ponte do Lajeado j� era em forma de arco, mas que a altura dela foi insuficiente para n�o ser atingida pela �gua.

O �ltimo balan�o da Defesa Civil, divulgado �s 20h dessa ter�a-feira (14), contabiliza, al�m das 12 mortes, oito pessoas desaparecidas. Segundo a Defesa Civil, 19 casas foram destru�das totalmente. A maior parte das fam�lias desabrigadas, um total de 83, foi para a casa de parentes e amigos. Apenas tr�s fam�lias est�o em escolas da prefeitura. Cerca de 80% da cidade j� tiveram a energia restabelecida, mas o fornecimento de �gua ainda est� sendo feito, em sua maior parte, por meio de caminh�es-pipa.


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