“Chegamos pacificamente, mas os shoppings estavam com as portas fechadas”, lamenta Nat�lia Szermeta, coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de S�o Paulo. Ontem, o grupo tentou organizar um “rolez�o popular” em dois shoppings da capital paulista, mas sem sucesso. Ao chegarem aos estabelecimentos, por volta das 17h, as centenas de manifestantes se depararam com as portas fechadas e, do lado de fora, seguran�as e policiais militares. A atitude dos shoppings representa o embate entre os centros de compra e os jovens que tem levado o rolezinho a se alastrar pelo pa�s, em defesa da livre circula��o das pessoas.
Direitos
Para o professor de Direito da Universidade de Bras�lia Alexandre Bernardino a posi��o dos estabelecimentos representa uma forma de dizer que esses jovens n�o deveriam estar l�, porque s�o encarados como pessoas que n�o consomem nem v�o consumir. “Jovens negros vestidos sem roupas de marca, cantando m�sicas que n�o s�o reproduzidas ali, sem os meios para comprar aquilo que � vendido n�o deviam estar naquele lugar”, analisa.
Bernardino avalia a atitude dos rolezeiros “como uma forma de expressar que eles querem entrar na rede de consumo” e terem “valoriza��o social”. “Eles buscam os valores que lhes ensinamos e reproduzem isso no chamado funk da ostenta��o. Mas eles est�o a nos dizer um pouco mais: que s�o tratados como bandidos pela pol�cia, que protege os cidad�os de bens, com ‘averigua��es’, ‘baculejos’, revistas e outros procedimentos a que s�o submetidos todos os dias.”