
O fen�meno dos rolezinhos foi o tema de uma reuni�o, na manh� de ontem, no Pal�cio do Planalto, entre representantes dos lojistas de shopping centers e ministros do governo Dilma Rousseff (PT). No encontro, o governo preferiu manter-se neutro em rela��o aos movimentos. Em nota, a Secretaria-Geral da Presid�ncia informou apenas que uma nova reuni�o foi marcada para 25 de fevereiro, em S�o Paulo, com diretores dos centros comerciais. Participaram do encontro as ministras da Igualdade Racial, Luiza Bairros, e da Cultura, Marta Suplicy, al�m da secret�ria nacional de Juventude, Severine Macedo, e do secret�rio-geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho.
Em tom vago, a nota palaciana comenta que “foi reafirmado pelo governo o entendimento de que o di�logo � o principal instrumento de compreens�o e constru��o de padr�es de conviv�ncia com esses eventos”. O texto destaca ainda que, para os ministros, existe a necessidade de “reorienta��o dos padr�es de atua��o e da cultura das for�as de seguran�a, nos diversos n�veis da Federa��o, no sentido de evitar posturas preconceituosas e discriminat�rias ou a��es inadequadas e desproporcionais”. O documento prossegue reconhecendo a necessidade de aprofundar as pol�ticas p�blicas para a juventude nas �reas de cultura, lazer e esporte.
Mais tarde, antes de participar de evento p�blico, Gilberto Carvalho afirmou que os lojistas n�o devem encarar os rolezinhos como uma “amea�a”, mas como uma “oportunidade”.
O presidente da Associa��o Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, ressaltou que, para o Planalto, o tema deve ser tratado principalmente com os governos estaduais. “Eles (os ministros) entendem que � preciso um trabalho pontual com as secretarias de Seguran�a de cada estado. E entendem que, quando h� um chamamento com 10 mil, 12 mil pessoas, a preven��o com uso do policiamento � totalmente fact�vel”, disse. “N�s sugerimos ao governo federal que nos apoiasse nas conversas com prefeituras e governos estaduais, para dar utilidade a espa�os p�blicos que hoje est�o subutilizados. � o caso do Samb�dromo de S�o Paulo, que hoje fica ocioso durante 11 meses do ano”, exemplificou Sahyoun.
Monitoramento Al�m da Alshop, participaram da reuni�o a Associa��o Brasileira de Franchising, propriet�rios de shoppings e a Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT). Sahyoun afirmou que os shoppings manter�o o monitoramento da convoca��o de rolezinhos nas redes sociais e as lojas continuar�o a fechar as portas em caso de grandes aglomera��es.
“� s� n�o ter convoca��o pela m�dia. As pessoas podem entrar em grupo de cinco, de seis, de oito ou de 10. Esses jovens que saem da faculdade para ir para uma pra�a de alimenta��o, para comer hamb�rguer, isso est� totalmente aberto”, disse. “A gente s� fica preocupado quando tem uma grande convoca��o e a gente tem 2 mil, 3 mil, 10 mil pessoas. Voc� passa a ter o crit�rio da seguran�a no sentido de n�o correr risco. O pessoal tem preferido fechar para proteger as pessoas que frequentam shoppings.”
Ainda segundo Sahyoun, um levantamento preliminar da Alshop estimou em 25% as perdas de janeiro por causa dos rolezinhos em shoppings. A queda se refere � compara��o com o mesmo per�odo do ano passado. “Perdem os lojistas, perdem os pr�prios funcion�rios, que deixam de receber suas comiss�es, e perdem as pessoas que pretendiam ir ao shopping”, avaliou.