
O estudante Caio Silva de Souza, 22 anos, preso na madrugada desta quarta-feira em Feira de Santana, no sul da Bahia, n�o admitiu ter jogado o roj�o do jornalista da TV Bandeirantes, Santiago de Andrade, durante uma manifesta��o no Rio de Janeiro na semana passada. Segundo o delegado Maur�cio Luciano de Almeida, Caio foi encontrado em uma pens�o, por volta das 2h desta quarta-feira. Ele n�o apresentou resist�ncia e estava muito assustado, sem se alimentar h� dois dias. O advogado de Caio auxiliou a pol�cia e intermediou contatos com o jovem, que foi orientado pelo seu defensor a se entregar. Ele ser� indiciado por homic�dio qualificado e crime de explos�o de artefato em via p�blica, o que configura crime hediondo, com pena prevista de at� 30 anos de pris�o. Segundo a pol�cia, o jovem n�o quis se manifestar e disse que s� vai se pronunciar na Justi�a.
Com a conclus�o da primeira etapa das investiga��o, a pol�cia agora vai averiguar se existe um grupo maior envolvido nos atos registrados durante a manifesta��o. Segundo o delegado Maur�cio Almeida, Caio � uma pessoa muito simples, que mora no sub�rbio do Rio de Janeiro, e pode ter sido manipulado a agir violentamente.
O chefe da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, que tamb�m participou da coletiva na manh� de hoje, afirmou que agora come�a uma nova etapa do trabalho de investiga��o. Ele disse que, apesar de querer dar uma resposta r�pida � sociedade, a pol�cia n�o pode "se afobar, sob pena de correr risco de complicar as coisas no futuro". Segundo Veloso, a verifica��o das outras circunst�ncias - quem est� por tr�s - � uma nova etapa. "Essa informa��o n�o diz respeito a esse inqu�rito, � um segundo momento", afirmou. Ainda segundo Veloso, a an�lise das imagens da manifesta��o mostram que "as pessoas estavam com vontades conjugadas, n�o parece haver vontade aleat�ria", afirmou. "Se analisarmos as imagens com cautela, desde quando o fen�meno come�ou, indicam que as pessoas n�o est�o isoladas".
O delegado Maur�cio Almeida afirmou que a suspeita � de que o alvo dos ataques eram policiais e que o modo de agir � semelhante ao do Black Bloc, mas ainda n�o h� como confirmar essa informa��o.
Jovem tranquilo
Uma pessoa calma, simp�tica, trabalhadora e de boa �ndole. Assim Caio Silva de Souza, de 23 anos, foi descrito por pessoas que trabalham perto do Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio. Funcion�rio da empresa Hope, que terceiriza servi�os, o auxiliar de servi�os de limpeza e conserva��o de �reas p�blicas trabalhava como porteiro no hospital desde 24 de julho de 2013.
Os funcion�rios do hospital e da Hope confirmaram que Souza trabalhava das 7h �s 19h, em dias alternados. Na ter�a-feira, 11, a divulga��o das fotos de Souza foi uma surpresa para todos. O �nico assunto nos corredores do hospital e nas poucas lojas da rua Augusto de Vasconcelos era a pris�o do colega de trabalho por disparar o roj�o que causou a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
Segundo a pol�cia do Rio de Janeiro, Caio n�o tem ficha policial e nunca foi preso por tr�fico de drogas. Ele mora no sub�rbio do Rio de Janeiro, em Nil�polis, com a m�e, que est� desempregada.