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Estado de Minas

Marido diz que mulher morta pela pol�cia do Rio n�o era traficante

Pol�cia chegou atirando em mulher que saiu de casa para comprar p�o, diz o marido


postado em 17/03/2014 18:37 / atualizado em 17/03/2014 18:42

Durante o vel�rio da auxiliar de servi�os gerais Cl�udia Ferreira da Silva, nesta segunda-feira (17), no Cemit�rio de Iraj�, na zona norte do Rio, o marido dela informou que pretende processar o Estado e negou que ela tenha sido morta em troca de tiros, como justificou a pol�cia. Alexandre Fernandes da Silva disse que a esposa foi atingida quando saiu para comprar p�o. Ela foi baleada no domingo (16), em opera��o da Pol�cia Militar (PM) no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio, e teve o corpo arrastado durante o socorro prestado em uma viatura policial, chegando morta ao hospital, segundo a Secretaria Estadual da Sa�de.

Cl�udia foi atingida por dois tiros durante a opera��o e foi colocada pelos policiais no porta-malas de um carro do 9º Batalh�o da PM, em Rocha Miranda, para ser socorrida, segundo alegaram. No transporte, a porta traseira abriu e a auxiliar de servi�os gerais ficou presa do lado de fora do ve�culo, sendo arrastada. Os policiais disseram que estavam levando a v�tima para o Hospital Carlos Chagas. A mulher tinha quatro filhos e ainda cuidava de quatro sobrinhos. Ela completaria 20 anos de casamento no dia 18 de setembro.

“Chegaram atirando nela. De frente para ela. N�o foi troca de tiro. Eles deram um tiro nela, no peito e outro no pesco�o. Eles passaram no meio do tumulto, viram alguma coisa e chegaram atirando", revelou Alexandre, acrescentando que a mulher saiu de casa para comprar p�o e mortadela e tinha na m�o apenas tr�s notas de R$ 2 e um copo de caf�. "Vivemos � merc� dos fora da lei e da pol�cia, que deveria nos proteger. A pol�cia entra [na comunidade] e n�o quer saber quem � trabalhador”, completou.

Revoltado pela mulher ter sido classificada no boletim de ocorr�ncia policial como traficante, o marido apontava a quantidade de colegas presentes no vel�rio trazendo solidariedade � fam�lia. “Est� chegando mais um �nibus da Nova Rio [empresa em que a esposa trabalhava] para a traficante, que sa�a todo dia 5h30 da manh� quando pegava [o servi�o] �s 7h. Depois sa�a �s 4h20, quando passou a pegar �s 6h. A traficante que eles botaram quatro rev�lveres em cima e arrastaram que nem um bicho”, contou.

Alexandre disse que, se a pol�cia tivesse deixado Cl�udia no local para esperar o trabalho da per�cia, a revolta seria menor. Ele n�o viu o v�deo em que o corpo da mulher aparece sendo arrastado pelo carro da PM. “Eu prefiro n�o ver e vou pedir os meus filhos para n�o ver, porque vai ser revoltante”, explicou.

A cunhada da v�tima, Val�ria Rodrigues, disse que toda a fam�lia est� sofrendo, e defendeu a apura��o do que ocorreu. “Uma coisa muito triste que fizeram com ela, e a gente tem que correr atr�s e pedir justi�a para provar que ela era trabalhadora, com carteira assinada e contracheque, tudo direitinho”, contou.

Os colegas de trabalho tamb�m estavam indignados. “Ela � m�e de fam�lia e trabalhava com a gente. Eles botaram ela dentro do carro dizendo que era bandida. A gente n�o tem nem palavra [para explicar como era Cl�udia]. Muito maneira, maneira mesmo. A gente tem que botar o caso para frente e ajudar a fam�lia dela”, disse a auxiliar de servi�os gerais L�cia Helena Sacramento. Outro colega, Rodney Concei��o de Oliveira, criticou a pol�cia. “Eu trabalhava diretamente com ela. Revolta [a todos] porque a pol�cia est� para proteger as pessoas e acontece isso”, desabafou.

Ap�s o enterro, moradores do Morro da Congonha voltaram protestar na principal via do bairro, interrompendo as duas pistas da Avenida Edgard Romero portando uma faixa preta e pedindo justi�a pela morte da auxiliar de servi�os gerais. Com pouco mais de meia hora, uma das vias foi liberada e um reboque retirou a carca�a de um �nibus incendiado em manifesta��o que os moradores fizeram ontem.

Duas horas depois, a pol�cia interditou o tr�nsito nas duas pistas. Em outro acesso do Morro da Congonha, os manifestantes atearam fogo a peda�os de madeira e lixeiras. A fuma�a p�de ser vista � dist�ncia. Moradores da localidade querem a apura��o do caso que provocou a pris�o dos tr�s policiais militares que conduziam a mulher e a abertura de um inqu�rito policial militar.


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