Pelo menos 700 balas de fuzil calibre 7.62 que foram desviadas da For�a de Pacifica��o do Ex�rcito, que atuou nos complexos do Alem�o e da Penha at� 2012, foram revendidas para traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso vem � tona �s v�speras da ocupa��o da Mar�. O Minist�rio P�blico Militar (MPM) ainda investiga o sumi�o de outros 28 mil cartuchos de fuzil 7.62 da ocupa��o no Alem�o.
Tamb�m foram denunciados o sargento Ivan Carlos dos Santos, de 40 anos, e o soldado Geraldo J�nior Rangel dos Santos, de 22. Lotados no 28.º BIL, respondem pelo crime de peculato e furto. A pena varia de 3 a 15 anos de reclus�o.
O desvio das 700 muni��es do Ex�rcito foi descoberto por acaso, durante uma investiga��o conduzida pela 5.ª Delegacia de Repress�o a Roubo a Bancos, da Pol�cia Civil de S�o Paulo, sobre uma quadrilha especializada em explodir caixas eletr�nicos no interior do Estado.
O sargento Ivan foi flagrado em intercepta��es telef�nicas negociando muni��es para fuzis AK-47 com dois traficantes. Tamb�m foram monitoradas mensagens de texto, nas quais descobriu-se que cada cartucho era vendido por R$ 10.
Com isso, os investigadores obtiveram na Justi�a comum um mandado de busca e apreens�o na resid�ncia do sargento. A ordem foi cumprida em 6 de abril do ano passado. Os policiais encontraram 23 muni��es de fuzil 7.62, 20 muni��es e um carregador de pistola 9mm, al�m de muni��o de festim.
Venda
Depois de ser preso, o sargento Ivan admitiu, em depoimento � pol�cia, ter vendido 700 muni��es de fuzil 7.62 para Malaca. Segundo o militar, as balas eram "sobras" da Opera��o Arcanjo 6, desempenhada por militares do 28.º BIL no Complexo do Alem�o, no Rio, em 2012. Ele exercia a fun��o de furriel (respons�vel pelo controle de uso de muni��o). Na delegacia, o sargento reconheceu o traficante Malaca por foto. Disse ainda que as balas foram entregues ao bandido por ele pr�prio, numa pra�a de Campinas.
J� o soldado Rangel, que era auxiliar do sargento Ivan, disse � Pol�cia Civil que tinha a incumb�ncia de registrar o uso de muni��es nos treinamentos no 28.º BIL. Admitiu que registrava mais muni��es do que as efetivamente consumidas. Revelou ainda que o sargento guardava as muni��es desviadas no cofre da sala do furriel, e que depois as transportava para casa. O soldado tamb�m admitiu ter fornecido ao sargento o contato de Malaca.
Os dois militares tiveram a pris�o decretada pelas Justi�as comum e Militar. O soldado j� responde em liberdade. O sargento permanece preso preventivamente por conta do processo na Justi�a comum.
Outro lado
Apesar de admitirem o crime � pol�cia, em depoimento � Justi�a Militar os militares negaram as acusa��es. O advogado Jos� Ricardo de Mattos, que defende o sargento, disse que as muni��es encontradas na casa dele eram de festim. O advogado Samuel Pacheco, que representa Rangel, alegou que ele n�o � citado nas intercepta��es telef�nicas negociando as muni��es. A reportagem n�o localizou o advogado de Malaca.