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Estado de Minas

Cultura machista est� impregnada na sociedade brasileira, diz soci�loga

Plano para educa��o voltada � igualdade de g�nero est� inclu�do no PNE a ser votado no congresso, mas bancada conservadora faz campanha para retir�-lo do texto


postado em 28/03/2014 16:54 / atualizado em 28/03/2014 17:04

A revela��o de que a maioria dos brasileiros concorda que o comportamento da mulher pode motivar o estupro comprova que a cultura machista est� impregnada nos homens e nas mulheres da sociedade brasileira, segundo a soci�loga Nina Madsen, integrante do Colegiado de Gest�o do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). A pesquisa do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) mostrou que 58,5% dos entrevistados concordaram totalmente ou parcialmente com a frase "Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros".

Os pesquisadores tamb�m avaliaram a seguinte frase: "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". O levantamento mostrou que 42,7% concordaram totalmente com a afirma��o e 22,4% parcialmente; 24% discordaram totalmente e 8,4% parcialmente. Das 3.810 pessoas entrevistadas, 66,5% eram mulheres.

“Nossa sociedade � violenta contra as popula��es marginalizadas e as mulheres comp�em essa popula��o. A culpa da viol�ncia sexual nunca � das mulheres. Temos que educar os meninos a n�o estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada forma est� provocando e que eles t�m uma pretensa autoriza��o para fazer uso daquele corpo que est� sendo exposto. Temos que interferir nesse processo”, disse Nina.

Para a soci�loga, os par�metros educacionais e culturais precisam ser modificados. “� preciso atuar com muita for�a e continuidade na mudan�a cultural e a educa��o formal tem que incorporar os conte�dos que dizem respeito aos direitos das mulheres e � igualdade de g�nero”, acrescentou.

Nina ressalta que o novo Plano Nacional de Educa��o (PNE), que est� tramitando no Congresso, prev� uma educa��o voltada para a promo��o da igualdade de g�nero. No entanto, diz a soci�loga, esse princ�pio est� sendo questionado por grupos conservadores, sobretudo pela bancada evang�lica, que querem retir�-lo do texto.

“Os grupos conservadores est�o numa campanha ferrenha para que isso seja eliminado do texto do plano. Eles est�o combatendo o que chamam de uma ideologia de g�nero. Isso � um retrocesso grav�ssimo. Se o governo permitir que isso aconte�a estar� sendo conivente com essa cultura do estupro revelada nesses dados que o Ipea apresentou”, disse Nina.

Outra pesquisa do Ipea revela que a maioria das v�timas de estupro � mulher, sendo 70% crian�as e adolescentes. “A escola � espa�o estrat�gico porque tem centralidade na vida dos jovens. � um espa�o de prote��o e que aciona o Estado. Por isso, precisa ser um lugar que se estruture em torno dos princ�pios da igualdade de g�nero, dos direitos das mulheres e das crian�as e adolescentes”, destacou a integrante do Cfemea.

A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira “toler�ncia zero" � pr�tica deste tipo da viol�ncia contra a mulher. “Pesquisa do Ipea mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avan�ar no combate � viol�ncia contra a mulher. Mostra tamb�m que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a viol�ncia contra a mulher, dentro e fora dos lares”, escreveu Dilma, em sua conta no Twitter.


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