(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Chuvas no Sudeste e no Sul podem voltar ao normal s� em 2016

Atualmente, o Pac�fico est� no auge do ciclo de resfriamento, o que, segundo os especialistas, historicamente provoca quatro anos seguidos de ver�es com chuvas abaixo do normal na regi�o Centro-Sul do Brasil


postado em 29/03/2014 17:47

A falta de chuva diminuiu o volume de água do Sistema Cantareira, que abastece São Paulo(foto: Sabesp/Divulgação)
A falta de chuva diminuiu o volume de �gua do Sistema Cantareira, que abastece S�o Paulo (foto: Sabesp/Divulga��o)

A origem da crise energ�tica provocada pela estiagem no Sul e no Sudeste no in�cio do ano pode estar do outro lado do mundo. Segundo meteorologistas ouvidos pela reportagem, o pa�s est� sendo afetado por um ciclo natural de resfriamento do Oceano Pac�fico, que se reflete em altera��es clim�ticas em grande parte do planeta. Para o Brasil, o fen�meno indica a possibilidade de as chuvas no centro-sul do pa�s s� voltaram ao normal no ver�o de 2016.

Chamado de oscila��o interdecadal do Pac�fico ou oscila��o decadal do Pac�fico (PDO, na sigla em ingl�s), o processo caracteriza-se pela sucess�o entre fases quentes e frias na �rea tropical do Oceano Pac�fico. Os ciclos duram de 20 a 30 anos e s�o mais amplos que os fen�menos El Ni�o e La Ni�a, que se alternam de dois a sete anos. Em 1999, o oceano entrou numa fase fria, que deve durar at� 2025 e se reflete em El Ni�os brandos e La Ni�as mais intensos.

Atualmente, o Pac�fico est� no auge do ciclo de resfriamento, o que, segundo os especialistas, historicamente provoca quatro anos seguidos de ver�es com chuvas abaixo do normal na regi�o Centro-Sul do Brasil. “Desde 2012, tem chovido abaixo da m�dia no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste durante o ver�o. A princ�pio, o que est� sendo desenhado � as chuvas s� voltarem � m�dia em 2016”, diz o meteorologista Alexandre Nascimento, especialista em an�lises clim�ticas da Climatempo.

A partir do segundo semestre, os modelos clim�ticos apontam a chegada de um novo El Ni�o, com chuvas no Sul e seca no Nordeste. No entanto, por causa do resfriamento do Oceano Pac�fico, o El Ni�o dever� ser mais fraco que o normal e insuficiente para recompor os reservat�rios. “O pr�ximo ver�o dever� ter mais chuva que o anterior, mas as chuvas tendem a continuar irregulares no Sul e no Sudeste”, adverte Nascimento.

O El Ni�o � o aquecimento do Oceano Pac�fico na regi�o equatorial. Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mary Kayano estudou a rela��o entre esse fen�meno e a oscila��o decadal do Pac�fico e constatou um padr�o. “Em fases frias da PDO, os El Ni�os s�o mais brandos. Tanto que o �ltimo El Ni�o forte ocorreu em 1997, quando o Oceano Pac�fico estava numa fase quente”, diz. Ela, no entanto, evita fazer progn�sticos sobre o pr�ximo ver�o. Segundo a pesquisadora, o Inpe emite previs�es somente para os pr�ximos tr�s meses.

O comportamento hist�rico, no entanto, indica que o resfriamento do Pac�fico est� afetando o Brasil. Segundo o diretor-geral da MetSul Meteorologia, Eugenio Hackbart, o Brasil enfrentou uma sequ�ncia de ver�es com estiagem entre o fim dos anos 1950 e o in�cio da d�cada de 1960, quando o Pac�fico atravessava um pico de temperaturas baixas. “Os padr�es de circula��o atmosf�rica hoje est�o semelhantes aos daquela �poca”, compara.

Al�m das chuvas irregulares durante o ver�o, o resfriamento do Oceano Pac�fico traz efeitos distintos conforme as regi�es do pa�s, com invernos mais rigorosos no Sul e no Sudeste. “Ano passado, chegou a nevar perto de Florian�polis”, lembra Hackbart. O fen�meno provoca ainda cheias acima da m�dia no Amazonas e no Par�. No entanto, esclarece o diretor da MetSul, n�o est� relacionado � cheia do Rio Madeira, decorrente de chuvas at�picas na Bol�via.

Apesar das chuvas acima da m�dia na maior parte do pa�s em mar�o, Nascimento, da Climatempo, considera que os reservat�rios n�o devem voltar a subir com rapidez por causa do tipo de chuva que tem atingido a regi�o e da chegada da esta��o seca ao Centro-Sul nos pr�ximos meses. “A verdade � que os reservat�rios s� enchem com chuvas generalizadas, que duram v�rios dias e s�o constantes. At� agora, temos registrado pancadas, que podem ser fortes, mas s�o eventos isolados”, explica.

Mesmo com a possibilidade de mais um ver�o com chuvas abaixo da m�dia, os meteorologistas recomendam cuidado com os progn�sticos. “A maioria dos estudos sobre os ciclos no Oceano Pac�fico � recente. A gente precisa de s�ries hist�ricas mais longas para compreender a extens�o do fen�meno”, diz a pesquisadora do Inpe. Hackbart levanta d�vidas sobre a intensidade do pr�ximo El Ni�o. “Alguns modelos e especialistas dizem que o pr�ximo El Ni�o tem chances de ser forte. Nesse caso, as chuvas podem ser mais intensas e ajudar os reservat�rios”, pondera.

 Com Ag�ncia Brasil


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)