Organiza��es de mulheres negras de S�o Paulo fazem na tarde de hoje (18) um ato pol�tico-cultural em homenagem a Cl�udia da Silva Ferreira, que foi atingida por uma bala durante uma opera��o da Pol�cia Militar no Morro do Congonha em Madureira, no Rio de Janeiro, no dia 16 de mar�o. Ao ser socorrida pela PM, ela teve o corpo arrastado por mais de 300 metros, preso ao porta-malas de uma viatura. O evento foi chamado de A Paix�o de Cl�udia em refer�ncia � sexta-feira da Semana Santa.
“� uma met�fora �s mulheres que tanto sofreram em nome de outras pessoas, filhos, maridos, sobrinhos, v�rias gera��es sustentadas por elas”, explicou uma das organizadoras do evento, Nina Vieira, integrante dos coletivos Manifesto Crespo e Roda da M�e Preta. O ato teve in�cio em frente � Igreja da Consola��o, no centro capital, e seguiu em cortejo ao som de atabaques, por volta das 15h30, at� a Igreja Nossa Senhora do Ros�rio dos Homens Pretos. “Os tambores s�o uma forma de nos conectar com os nossos ancestrais, especialmente, as lutadoras”.
O vi�vo de Cl�udia, Alexandre Fernandes Silva, 42 anos, que tamb�m esteve presente ao ato, lembrou que a presen�a do Estado, normalmente, ocorre por meio da viol�ncia nas favelas. “Tem comunidades que a UPP [Unidade de Pol�cia Pacificadora] trata o morador da mesma forma que antes, nada mudou”, avaliou. Cl�udia era auxiliar de servi�os gerais, m�e de quatro filhos e educava mais quatro sobrinhos. Alexandre, hoje, � respons�vel pela educa��o de oito crian�as e adolescentes.
O ato teve continuidade com apresenta��es culturais no Largo do Paissand�. Foram convidados grupos de dan�as tradicionais, como o Jongo; sarau de mulheres negras; rap; djs; e dan�a. A educadora Adriana Gon�alves, 30 anos, decidiu participar do protesto porque avalia que casos como o de Cl�udia s�o emblem�ticos em rela��o ao tratamento dado � popula��o negra. “Temos a mem�ria muito curta. N�o podemos deixar que isso n�o passe de uma como��o