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Estado de Minas

M�e de dan�arino vai denunciar assassinato � Anistia


postado em 24/04/2014 15:07 / atualizado em 24/04/2014 19:16

A auxiliar de enfermagem Maria de F�tima Silva, m�e do dan�arino Douglas Pereira, vai denunciar o assassinato de seu filho � Anistia Internacional. Ela acredita que policiais militares tenham desfeito o local em que ele foi morto. "Meu filho foi assassinado com requinte de crueldade, foi torturado. Eu trabalho com cirurgia de t�rax. Ele tinha toda caracter�stica de afogamento. Quando fui reconhec�-lo no IML, ele tinha espuma na boca. Nos l�bios, a pele estava azul, a gente chama de cianose, provocada por edema agudo no pulm�o. No caso, ele teve edema agudo por derramamento de sangue na cavidade tor�cica. Se fosse tiro transfixante, a bala estaria na parede. E n�o tinha bala nenhuma ali. Estranho, n�?", disse, em entrevista � R�dio Estad�o.

Maria de F�tima acredita que seu filho foi morto por desaven�a anterior, que tinha com PMs da UPP do Pav�o-Pav�ozinho. A auxiliar de enfermagem conta que o filho foi abordado de forma truculenta por um policial militar e reagiu. "O policial prendeu o Douglas e apreendeu a moto, com a autoridade dele. Na verdade, tinha que levar o Douglas para delegacia, tinha que mandar a moto para um dep�sito do Detran. E n�o prender o menino. (O policial) viu que as pessoas estavam ligando e liberou ele, mas manteve a moto presa por tr�s dias. Encheram o tanque de areia de praia e mandaram ele buscar depois. Essa moto desceu quase no bra�o de amigos deles, para n�o destruir todo o sistema", contou Maria de F�tima. Ela disse ainda que tr�s meses depois, a moto foi furtada na favela. Moradores disseram que um PM colocou a moto numa Fiorino e levou o ve�culo. "N�s recebemos multa dessa moto, que estava rodando em Nova Igua�u (Baixada Fluminense). Essa moto agora n�o vai existir mais. Certamente algu�m j� tocou fogo nela".

Ela fez uma cr�tica � pol�tica de pacifica��o de favelas do governo do Estado. "A UPP tem que mudar. Comunidade n�o pode ser afrontada, viver em baixo de pau. Se voc� investigar, a comunidade tem mais medo de policial do que do bandido", afirmou Maria de F�tima, que reiterou a inten��o de processar o Estado pela morte do filho.

A entrevista de Maria de F�tima � R�dio Estad�o foi acompanhada pela ouvidora das UPPs, Tatiana Lima. Ela disse que estava ali para dar esclarecimentos para a fam�lia de Douglas.

Pela internet

O pintor Paulo C�sar Calazans Pereira, de 50 anos, disse que soube da morte do filho pela internet, na ter�a-feira, 22. Um dos sete irm�os do dan�arino navegava pela p�gina do Facebook de Douglas quando a mensagem de um amigo que dizia "Saudades eternas" chamou sua aten��o e ele disse ao pai que algo de grave tinha acontecido com o irm�o.

"Estou passando mal desde que soube que meu filho morreu, assim, de repente. Nunca pensei que isso fosse acontecer com meu filho. Ele tinha um futuro pela frente". Calazans mora no bairro Imbari�, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mas estava em Cabo Frio, na Regi�o dos Lagos, quando soube do assassinato do filho.

Calazans afirmou que os policiais "bateram, roubaram e deram tiro" em Douglas. "Tinham que ter socorrido. Deixaram ele como um cachorro (o corpo do dan�arino foi encontrado no ch�o de uma creche). At� o dinheiro da pens�o eles levaram". Douglas deixou uma filha de quatro anos que morava com a m�e no morro Pav�o-Pav�ozinho.

Ele questionou a efetividade do projeto das Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs). "Que seguran�a � essa que um trabalhador n�o pode sair de casa na hora que quer, n�o pode usar uma j�ia, ter seu carro? Esses s�o os policiais que colocam para tomar conta da comunidade. Todos despreparados".

"Daqui a tr�s semanas voc�s (jornalistas) estar�o entrevistando outras pessoas (v�timas de viol�ncia)", completou.

Com o andamento das investiga��es, o pai de Douglas espera que haja justi�a. "Sonhar n�o custa nada, ent�o estou sonhando com a justi�a".


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