O assassinato do coronel reformado do Ex�rcito Paulo Malh�es foi classificado como um crime abomin�vel e um alerta para a sociedade brasileira pelo cientista pol�tico Paulo S�rgio Pinheiro, um dos membros da Comiss�o Nacional da Verdade. "Antes de qualquer investiga��o n�o podemos fazer qualquer afirma��o sobre a autoria, mas se efetivamente se trata de uma retalia��o pelo seu depoimento � Comiss�o da Verdade, � evidente que isso � um sinal de alerta para a sociedade de que ainda existem grupos no Brasil que recorrem � viol�ncia", afirmou.
O cientista pol�tico destacou a necessidade de prote��o a quem dep�e � Comiss�o, n�o apenas as v�timas, mas para quem testemunhar sobre os crimes cometidos pelo governo militar. "� absolutamente preocupante e a CNV vai refletir sobre isso", disse. No entanto, o professor n�o acredita que o assassinato de Malh�es v� influenciar o trabalho da comiss�o ou afastar outras testemunhas. "A Comiss�o vai continuar trabalhando e quem tiver que testemunhar vai testemunhar", afirmou.
O coronel reformado do Ex�rcito Paulo Malh�es foi encontrado morto na manh� desta sexta-feira, 25, no s�tio em que morava em Nova Igua�u (cidade na Baixada Fluminense). O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Pol�cia Civil.
De acordo com o relato da vi�va do coronel, Cristina Batista Malh�es, tr�s homens invadiram o s�tio de Malh�es na noite desta quinta-feira, 24, (24) procurando armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divis�o de Homic�dios da Baixada que estiveram na propriedade. Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um c�modo, das 13 horas �s 22 horas desta quinta-feira pelos invasores.
Em seu blog, o coronel reformado do Ex�rcito Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou que Malh�es foi assassinado e, no mesmo texto, lembrou a morte de outro coronel, tamb�m ex-agente da ditadura, J�lio Miguel Molina Dias, ocorrida em 2012. Ustra comandou o DOI-CODI, em S�o Paulo, entre 1970 e 1974. No fim de mar�o, durante atos que lembraram os 50 anos do golpe militar, Ustra foi alvo de manifesta��es de grupos de direitos humanos que pedem a puni��o de ex-agentes da ditadura.