
Menos de 50 pessoas compareceram ao enterro do coronel da reserva do Ex�rcito Paulo Malh�es, na tarde deste s�bado, 26, no cemit�rio municipal de Nova Igua�u, na Baixada Fluminense. A Guia de Sepultamento de Malh�es aponta como causa da morte "edema pulmonar, isquemia do mioc�rdio, miocardiopatia hipertr�fica e evolu��o de estado m�rbido (doen�a)". A Pol�cia Civil investiga a possibilidade de a morte ter sido provocada por asfixia, causada por tr�s assaltantes que invadiram o s�tio onde o militar morava, em Marpicu na zona rural do munic�pio, na Baixada Fluminense.
Mais velha dos cinco filhos do coronel, Karla Malh�es, afirmou que o pai tinha alguns problemas de sa�de e inclusive era hipertenso "o que � normal para a idade", destacou. Na �ltima quinta-feira, 24, quando foi encontrado no s�tio em que morava com a mulher Cristina Batista Malh�es, o corpo de Malh�es estava de bru�os, com o rosto contra o travesseiro e apresentava sinais de cianose, caracter�sticos de sufocamento. H� um m�s, Malh�es deu depoimentos nas Comiss�es da Verdade Nacional e do Rio, nos quais assumiu ter torturado, assassinado e sumido com corpos de opositores da ditadura militar.
Karla disse que a fam�lia n�o tem acompanhado o andamento das investiga��es conduzidas pelo delegado adjunto da Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense (DHBF) F�bio Salvadoretti. As principais linhas de investiga��o s�o homic�dio por vingan�a e latroc�nio (roubo seguido de morte). A hip�tese de que a motiva��o da morte tenha sido as declara��es do coronel � Comiss�o da Verdade, em abril, n�o foi descartada.
"N�o pensamos em nada disso (investiga��o). Isso � com a pol�cia. Estamos nos despedindo de nosso pai". Ela disse que os filhos n�o sabiam do papel exercido pelo pai durante a ditadura. "Para n�s ele era apenas pai. E um bom pai. Para voc�s, era um coronel da ditadura. � tudo muito doloroso", acrescentou a filha.
Irm�o mais novo de Karla, Paulo Malh�es Junior afirmou que o pai nunca falou sobre poss�veis amea�as. "(Ele) n�o chegou a comentar nada. N�o sabemos de nada. Estamos t�o perdidos quanto voc�s (sobre as motiva��es do assassinato)". O bairro de Marapicu, onde o coronel morava, � considerado �rea de risco porque � disputado por v�rias fac��es criminosas.