Moradores do morro Pav�o-Pav�ozinho tomaram as ruas de Copacabana neste domingo em protesto contra a morte do dan�arino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, assassinado na �ltima ter�a-feira, 22 na comunidade localizada na zona sul do Rio. O tr�nsito nas principais ruas do bairro foi interrompido pelos manifestantes. Apesar de protestos de amigos da v�tima e de provoca��es contra policiais, o ato transcorreu em paz.
Quinze carros da Pol�cia Militar refor�aram a seguran�a nas imedia��es da entrada da favela. Os manifestantes marcaram a concentra��o em frente � praia de Copacabana e caminharam por cerca de um quil�metro pela orla at� entrarem pelas ruas do bairro. PMs acompanharam todo o movimento, que reuniu cerca de 150 pessoas, segundo estimativas da pr�pria Pol�cia Militar
Os manifestantes carregaram cartazes denunciando a viol�ncia policial e pedindo paz e justi�a para DG, encontrado morto a tiro em uma creche. Organizadores pediram aos participantes que conduzissem o protesto em paz, lembrando que havia ali muitas crian�as. Um pequeno grupo tentou incitar a multid�o contra jornalistas, mas o tumulto logo se dissipou.
A caminhada seguiu at� a porta do edif�cio onde DG morava com a m�e, na Rua Barata Ribeiro, no mesmo bairro. Os manifestantes sentaram-se no ch�o, fizeram um minuto de sil�ncio, rezaram e cantaram.
"Ele (DG) gostava de funk e subia na favela para salvar crian�as e voc�s tiraram a vida do meu filho. Eu sei que voc�s t�m filho. A vida � um espelho, tudo o que se faz reflete. Ent�o voc�s olhem bem, aqui � uma m�e que est� chorando, com o cora��o sangrando. (DG) Era uma pessoa decente que voc�s tiraram a vida" bradou a m�e do dan�arino aos policiais militares que acompanhavam o ato.
Segundo a ativista Deise Carvalho, uma das organizadores do protesto, a inten��o era mostrar � m�e de DG que a comunidade est� ao seu lado pedindo Justi�a. De acordo com a militante, DG sofria amea�as desde 2011, depois que teve uma moto furtada e posteriormente reconhecida em poder de policiais da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP).
"Um m�s atr�s ele me procurou dizendo que estava sendo amea�ado por policiais. Queria procurar o Minist�rio P�blico para fazer a den�ncia, mas achei que, por ele ser conhecido, n�o teriam coragem de fazer isso com ele. Infelizmente, me sinto culpada, porque se eu tivesse ido ao Minist�rio P�blico, saberia o nome do policial que fez isso (o assassinato de Douglas)", declarou.
Os manifestantes, a maioria com roupas brancas, tamb�m homenagearam Edilson da Silva dos Santos, conhecido como Mateusinho. Deficiente mental, ele foi morto com um tiro na cabe�a durante manifesta��o contra a morte de DG.
Programa
O dan�arino foi homenageado ontem no programa "Esquenta", comandado pela apresentadora Regina Cas�, na Rede Globo, onde costumava dan�ar.
"Hoje, infelizmente, n�s n�o conseguimos colocar no ar um programa lindo que a gente tinha preparado. Porque um dos nossos dan�arinos, talvez o mais alegre, o mais querido pelas crian�as, foi brutalmente assassinado com um tiro nas costas", declarou Regina.
O programa que iria ao ar ontem foi regravado na v�spera, reunindo a m�e de DG, al�m de outros parentes e amigos do rapaz. O clima de emo��o contagiou convidados como Fernanda Torres, Carolina Dieckman, Preta Gil e Leandra Leal. Emocionada, Maria de F�tima usava uma camisa com a foto do filho e a inscri��o "saudade eterna".