O caseiro Rog�rio Pires, que trabalhava no s�tio onde o coronel da reserva do Ex�rcito Paulo Malh�es morava, na zona rural de Nova Igua�u, na Baixada Fluminense, confessou ter participado do assalto que terminou com a morte do militar, na �ltima quinta-feira. Rog�rio entregou os pr�prios irm�os Anderson e Rodrigo, que seriam os mentores do crime.
Os irm�os tentaram alterar a cena do crime para esconder o envolvimento do caseiro. O caseiro acompanhou nesta ter�a-feira os policiais em diversos locais onde os irm�os - que trabalham como pedreiros - poderiam estar, mas ningu�m foi encontrado. O caseiro chegou rindo � Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense (DHBF).
Inicialmente, Rog�rio disse ter sido feito ref�m pelos criminosos. Ele, no entanto, deu diferentes vers�es sobre o local em que teria sido mantido durante o assalto - ora afirmava que ficou isolado no quarto, ora contava que estava na sala. Outro ind�cio que chamou a aten��o dos policiais foi que um dos cachorros do s�tio, extremamente feroz, n�o estranhou a presen�a dos assaltantes. "O plano era subtrair bens. Ainda apuramos se a morte foi acidental. A investiga��o est� bem encaminhada para latroc�nio", afirmou o delegado-titular da DHBF, Pedro Henrique Medina.
� pol�cia, Rog�rio disse que gostava do coronel e n�o tinha a inten��o de matar o militar, que o teria ajudado em outras oportunidades. "Ele demonstra arrependimento quando fala da morte do coronel", disse o delegado respons�vel pelo caso, William Pena J�nior. De acordo com o delegado Medina, o quarto homem que participou do latroc�nio e usava um capuz ainda n�o foi identificado. Rog�rio afirmou que n�o recebeu nada pela participa��o no crime - o dinheiro pela venda das armas s� seria dividido depois que os bens fossem vendidos. Medina n�o descartou a hip�tese de que algu�m da fam�lia tenha colaborado com o crime. No entanto, Pena J�nior afirmou que "inicialmente n�o h� envolvimento da fam�lia no caso".
O delegado-substituto Marcos Castro afirmou que hip�tese de homic�dio por vingan�a ou queima de arquivo n�o foram descartadas, apesar de haver poucos ind�cios. "N�o encontramos nenhum registro de ocorr�ncia de amea�a ou qualquer tipo de viol�ncia da parte dele. Ningu�m nega o que o coronel praticou no passado, mas n�o tenho nenhum dado concreto que me fa�a avan�ar nessa linha (homic�dio por vingan�a)".
A vi�va Cristina Batista Malh�es e familiares dos tr�s irm�os estiveram hoje na DHBF para depoimento. Os mandados de pris�o de Rodrigo e Anderson j� foram expedidos e eles s�o considerados foragidos da Justi�a. O coordenador da Comiss�o Nacional da Verdade, Pedro Dallari, disse que a CNV n�o tem um posicionamento fechado sobre as circunst�ncias da morte de Malh�es e n�o se prop�e a comentar as investiga��es. "N�o temos uma opini�o sobre o que ocorreu. Estamos na expectativa de que sejam apresentadas as conclus�es da investiga��o. O que queremos � que n�o se afaste a hip�tese de que ele tenha morrido em decorr�ncia do depoimento � CNV (em mar�o)".
"N�o temos motivos para desconfiar da pol�cia do Rio, que considera, a princ�pio, se tratar de um crime comum. Achamos o caso suspeit�ssimo, mas n�o cabe fazer ju�zo de valor nesse momento. A morte de Juscelino Kubitschek tamb�m era e foi s� um acidente", ponderou o integrante da CNV Jos� Paulo Cacalcanti.