Cerca de dez dias depois da prefeitura do Rio de Janeiro anunciar interesse na compra do terreno da Oi no Engenho Novo, na zona norte, a C�mara Municipal discutir�, em audi�ncia p�blica, a situa��o dos antigos moradores do terreno, retirados do local em conflituosa a��o de reintegra��o de posse, em abril. Cerca de 210 pessoas da ocupa��o foram acolhidas temporariamente em uma uma par�quia na zona norte da cidade e est�o sob prote��o da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Respons�vel pela audi�ncia p�blica, o vereador Reimont (PT) disse que as fam�lias precisam de uma solu��o definitiva da prefeitura. “Esses pessoas n�o podem ficar na igreja, por mais que n�o seja t�o vulner�vel, a situa��o delas � de precariedade. Elas t�m que viver, tomar banho, cuidar das suas fam�lias e retomar a vida”, afirmou. O vereador defende o pagamento de aluguel social para as fam�lias e encaminhamento delas para vagas de emprego.
Segundo Reimont, a desapropria��o do terreno n�o garante, de imediato, um novo lar para os antigos aqueles que o ocuparam, porque o d�ficit habitacional � alto na cidade. Nas contas dele, o n�mero de fam�lias sem moradia subiu de 330 mil para 390 mil, desde 2009. J� para a prefeitura, o d�ficit � de 148 mil pessoas. Para atend�-las, a previs�o � entregar 100 mil casas at� 2016, com prioridade para desapropriados por causa de obras p�blicas ou pessoas em �reas de risco.
Os antigos ocupantes do terreno da Oi foram informados. hoje, pela arquidiocese, que mais de tr�s mil pessoas est�o � frente deles, na fila de espera por uma casa no Rio, segundo dados da prefeitura.
Atualmente morando na Igreja Nossa Senhora do Loreto, Jociara Chaves Ribeiro reclamou que as pol�ticas sociais como cadastramento para cursos e escolas s�o insuficientes. “De que adianta isso tudo se eu n�o tenho uma casa para morar?”, questionou, em entrevista � Ag�ncia Brasil, ap�s reuni�o com a arquidiocese e parlamentares. Ela tamb�m criticou a demora da prefeitura em anunciar o interesse no terreno da Oi e evitar o confronto com a Pol�cia Militar . “Precisava esperar meter bomba na gente, daquilo tudo?”, desabafou.
Ana Gabriela Sobral, que tamb�m est� com a fam�lia na igreja, contou que abandonou tudo para conseguir um peda�o do terreno, que, durante a ocupa��o, chegou a receber cerca de 5 mil pessoas. “A gente foi para l� em busca de um sonho, que � a casa pr�pria. Parei de pagar aluguel para comprar telha e montar meu barraco. Hoje n�o tenho mais onde morar”, lamentou.
O cardeal dom Orani Tempesta, que intermedeia as negocia��es entre os moradores e o poder p�blico, em coletiva de imprensa hoje, disse que n�o pode acolher as fam�lias da Oi por um per�odo indeterminado. “N�o � o ideal”, avaliou, defendendo que o antigo terreno tenha uma fun��o social.