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Estado de Minas

Sentimento de trai��o inflamou motoristasem greve em S�o Paulo; 135 �nibus foram vandalizados

A solu��o para o impasse entre grevistas, Sindmotoristas e SPUrbanuss deve ser apresentada amanh�, quando o Tribunal Regional do Trabalho da 2.� Regi�o (TRT-2) julgar�, em uma audi�ncia a partir das 17 horas, a legalidade da greve


postado em 25/05/2014 08:01 / atualizado em 25/05/2014 08:22

S�o Paulo, 25 - Uma s�rie de boatos entre motoristas e cobradores e a insatisfa��o nas garagens de �nibus causaram uma greve-surpresa, paralisaram S�o Paulo e impuseram o caos aos paulistanos. Por dois dias, a cidade travou durante o movimento de trabalhadores que ficaram praticamente sem aumento real de sal�rio por uma d�cada e s�o representados por um sindicato atolado em disputas por poder. Os coletivos deixaram de circular de vez depois da promessa - n�o confirmada - de que a categoria faria uma greve durante a campanha salarial deste ano.

O compromisso teria sido firmado pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodovi�rio Urbano de S�o Paulo (Sindmotoristas) - informa��o que a entidade nega. Os motoristas esperavam um dia de manifesta��es por um reajuste de 13%.

"Eles falavam nas comiss�es de garagens que iam parar, fazer e acontecer, que esse ano n�s ir�amos para o 'pau'. Ou seja, o sindicato inflou a categoria", disse um motorista de uma linha com ponto final no Largo do Pai�andu, no centro, onde a paralisa��o come�ou, na ter�a-feira. "Quando eles chegaram com 10%, mandando a gente aceitar, o pessoal se revoltou."

Segundo os motoristas, a frustra��o da greve n�o realizada e o desempenho p�fio nos ganhos trabalhistas trouxeram revolta contra os dirigentes. "Foi uma greve contra o sindicato", disse outro motorista. Em dez anos, a categoria teve baixo aumento real. No Facebook, h� um v�deo que mostra um dos l�deres do sindicato, Edvaldo Santiago, ex-presidente por dois mandatos e protagonista de acusa��es de viol�ncia e corrup��o, tentando explicar por que aceitar o reajuste. Ele � acuado pelos motoristas e para de falar.

O presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, confirma que defendia aumento de 13%. Disse que convocava os motoristas para ir "�s ruas", mas sem falar em greve. Afirmou que, depois de uma negocia��o de seis horas com os empres�rios, cedeu. "Foi a melhor proposta poss�vel."

No site do Sindmotoristas, a reuni�o que ratificou o acordo com patr�es � anunciada como uma "manifesta��o saindo do sindicato e caminhando at� a Prefeitura", sem falar em assembleia. "Mas, na sexta-feira, fomos �s garagens falar da mudan�a. Na segunda de madrugada, tamb�m", afirmou Noventa.

'R�dio pe�o'
A not�cia da paralisa��o no Pai�andu se espalhou na mesma velocidade de uma s�rie de boatos entre a categoria. A chamada "r�dio pe�o" foi amplificada pelas redes sociais. O secret�rio municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, foi acusado, por exemplo, de chamar a categoria de "vagabunda" em uma entrevista - fato que n�o aconteceu. O prefeito Fernando Haddad (PT) foi atacado por descumprir acordo de dar 19% de aumento � classe - outra informa��o desmentida.

Santiago, que aparece no v�deo, foi apontado como o mandante da greve dos dissidentes: a Santa Br�gida � sua base eleitoral. Al�m disso, foi disseminada entre os trabalhadores uma planilha que mostrava que as empresas informavam � S�o Paulo Transporte (SPTrans) pagar sal�rio maior do que o realmente recebido pelos funcion�rios. O descontrole dos boatos ficou mais evidente na quarta-feira, quando Tatto disse na porta da Secretaria de Estado da Seguran�a P�blica (SSP) que homens armados agiam nos atos. O acordo que p�s fim � paralisa��o foi firmado na quinta-feira, j� com a pol�cia na rua para garantir a circula��o dos coletivos. A greve, no entanto, havia se espalhado para outras cidades da Regi�o Metropolitana.

135 �nibus vandalizados em tr�s dias
A greve dos motoristas de �nibus e cobradores de S�o Paulo causou preju�zo de pelo menos R$ 8,5 milh�es �s via��es, segundo estimativas do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de S�o Paulo (SPUrbanuss). Em dois dias de paralisa��o, 135 �nibus foram vandalizados durante as manifesta��es. Houve ve�culos com pneus furados, outros com a correia de motor cortada e ainda coletivos apedrejados.

Segundo o presidente do SPUrbanuss, Francisco Christovam, a empresa Samba�ba, que em mar�o tinha uma frota de 1.285 �nibus, foi a mais afetada: 61 de seus ve�culos tiveram algum tipo de dano. Em seguida, v�m as Via��es Santa Br�gida e Gato Preto, cada uma com 20 �nibus atingidos.

As garagens das tr�s companhias ficam na zona norte da capital. Foram as �nicas empresas a ter funcion�rios paralisados por mais de um dia nesta semana. Na Santa Br�gida, a greve chegou a durar tr�s dias. Foi nessa via��o que o movimento grevista foi deflagrado, na madrugada de ter�a-feira. Fundada em 1960, a empresa � propriedade de uma holding familiar, o Grupo NSO, controlado pelos Saraiva e Marques, h� 34 anos. Os donos det�m outras tr�s empresas de �nibus urbanos em cidades como Osasco e Cajamar, na Grande S�o Paulo.

A destrui��o foi motivada pela vers�o espalhada entre os trabalhadores de que houve um "acordo" �s escondidas entre as empresas e a dire��o do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodovi�rio Urbano de S�o Paulo (Sindmotoristas) para aprovar um reajuste salarial menor do que o esperado. Tanto representantes do sindicato patronal quanto dos trabalhadores negam.

"Sobre isso a� n�o tenho nem o que dizer. Eu asseguro e pode confiar: n�o participei de nenhuma reuni�o a portas fechadas, com quem quer seja do sindicato. O nosso negociador � o Antonio Pavani J�nior", afirmou Christovam.

Justi�a
A solu��o para o impasse entre grevistas, Sindmotoristas e SPUrbanuss deve ser apresentada amanh�, quando o Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Regi�o (TRT-2) julgar�, em uma audi�ncia a partir das 17 horas, a legalidade da greve. O sindicato patronal prop�s uma a��o contra a paralisa��o. Isso, apesar de a greve ter sido deflagrada por grupos que se disseram contr�rios � dire��o da entidade representativa.

Na quinta-feira, a desembargadora Rilma Aparecida Hemet�rio disse que s� o sindicato representa os funcion�rios perante a lei. "As categorias s�o representadas pelos diretores do sindicato. Ent�o, dessa forma, quem estava representando todos os trabalhadores era a pr�pria categoria. De qualquer forma, se aparecesse qualquer pessoa dissidente, ela tamb�m estaria representada pelo pr�prio sindicato."

Em sua avalia��o, tanto os trabalhadores quanto as empresas de �nibus falharam em n�o encontrar solu��es para conter os danos do movimento e os preju�zos � popula��o, que ficou sem boa parte do sistema de transportes sobre pneus. Por isso, ambas as entidades representativas podem ser multadas - o dinheiro arrecadado iria para fundos sociais, de acordo com Rilma.

A frota de concess�o da capital paulista soma 8.768 coletivos. J� a da rede de permiss�o - as cooperativas, cujos funcion�rios n�o entraram em greve - tem 5.990 ve�culos. S�o atendidas 6 milh�es de pessoas diariamente.


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