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Estado de Minas

�ndios prometem novos protestos para sexta-feira

Depois do destaque internacional dos confrontos com a PM na ter�a, tribos voltam a Bras�lia e anunciam nova manifesta��o


postado em 29/05/2014 07:54

Em frente ao Congresso Nacional, indígenas contrários à Copa jogam futebol com
Em frente ao Congresso Nacional, ind�genas contr�rios � Copa jogam futebol com "bola-protesto" (foto: Evaristo S�/AFP)

O confronto entre �ndios e policiais militares na ter�a-feira no Eixo Monumental, em Bras�lia, ganhou destaque n�o s� no pa�s. A imprensa internacional repercutiu o protesto, que reuniu cerca de 2,5 mil pessoas, entre elas representantes de 100 tribos ind�genas. Durante os confrontos, que duraram aproximadamente duas horas, um policial e quatro �ndios, segundo o Conselho Mission�rio Indigenista, ficaram feridos. Reportagem publicada no site do jornal espanhol El Pa�s afirma: “Arcos e flechas contra gases lacrimog�neos”. O franc�s Le Monde citou a presen�a de crian�as e idosos entre os manifestantes contidos pelo Batalh�o de Choque da PM. V�deos publicados nos sites do jornal brit�nico The Guardian, do americano The New York Times e do alem�o Frankfurter Allgemeine mostram o protesto.

Ferido enquanto fazia uma barreira de prote��o para impedir que manifestantes chegassem pr�ximo ao Est�dio Man� Garrincha, onde a ta�a da Copa do Mundo era exibida, o cabo PM Kl�ber Ferreira passa bem. “Foi uma surpresa, nunca imaginei que ia ser atingido por uma flecha. Est�vamos l� fazendo a prote��o dos visitantes quando nos acionaram para fazer uma linha de conten��o.” Kleber contou que, ao perceber o ferimento na coxa esquerda, retirou a flecha e voltou � posi��o. O ferimento foi pr�ximo � virilha e teve profundidade de 1,5cm.

O protesto reuniu tamb�m grupos diversos como o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), o coletivo Juntos e a Articula��o Nacional dos Comit�s Populares da Copa (Ancopa). Al�m da demarca��o de terras ind�genas, os manifestantes reclamaram dos altos gastos com a realiza��o do Mundial.

Na tarde de ontem, �ndios, sem-teto e os contr�rios � Copa se reuniram para anunciar um novo protesto para amanh�, al�m de denunciar a repress�o da PM. Aproximadamente 400 ind�genas ocuparam a Esplanada dos Minist�rios e se concentraram em frente ao espelho d’�gua do Congresso Nacional. Alguns deles aproveitaram o gramado para jogar futebol. Nas bolas, palavras de protesto, como “Fifa, n�o”. A nova manifesta��o pretende, mais uma vez, chegar ao est�dio Man� Garrincha, arena mais cara da Copa.

SEGURAN�A Depois de participar de uma reuni�o do Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP), o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, afirmou que a pol�cia deve coibir eventuais excessos em manifesta��es p�blicas. O ministro fez o coment�rio ao responder uma pergunta sobre o protesto de ter�a-feira. “A pol�cia deve garantir a liberdade de manifesta��o e deve evitar que pessoas abusem. Quem abusar dever� ser punido”, afirmou Cardozo.

O ministro n�o disse, no entanto, se os �ndios deveriam ser proibidos de participar de manifesta��es com arcos e flechas. Segundo ele, cada caso deve ser analisado separadamente. Cardozo afirmou ainda que o confronto entre policiais e �ndios n�o daria motivos para turistas estrangeiros se sentirem inseguros. Ele argumenta que protestos costumam ocorrer em qualquer outro pa�s que promova grandes eventos. “Acho que os estrangeiros devem sentir seguros sim porque mostra que a pol�cia est� presente para garantir exatamente o respeito � lei, � liberdade de manifesta��o, mas n�o permitir abuso.”

ATO CULTURAL De acordo com a assessoria do Conselho Indigenista Mission�rio (Cimi), o uso de arco e flecha, como verificado durante o confronto com a Pol�cia Militar, deve ser encarado n�o como arma branca, mas num contexto cultural. A assessoria observou que o equipamento � utilizado n�o apenas para a guerra ou ataque, mas tamb�m para ca�a, pesca e at� em rituais religiosos. Na vis�o do Cimi, os �ndios sentiram-se acuados no protesto de ontem e, por isso, revidaram.

Os l�deres ind�genas foram recebidos pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da C�mara, Henrique Alves (PMDB-RN). Eles querem evitar as mudan�as na demarca��o de terras, entre elas a proposta que transfere para o Congresso a decis�o de homologar terras ind�genas e esvazia o poder da Funai, atual respons�vel pelas demarca��es.


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