O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta quinta-feira, 29, que far� transposi��o de �gua da bacia do Rio Para�ba do Sul para o Sistema Cantareira, que atravessa grave crise de estiagem. Segundo o tucano, "h� muita desinforma��o" sobre a pol�mica obra anunciada por ele em mar�o e alvo de a��o civil p�blica do Minist�rio P�blico Federal do Rio de Janeiro. O �rg�o questiona o impacto da medida para cerca de 12 milh�es de pessoas abastecidas pelo Rio Para�ba do Sul em S�o Paulo e no Rio.
"H� muita desinforma��o. Primeiro, n�o h� transposi��o. Ningu�m vai l� no Rio Para�ba tirar a �gua, n�o vai fazer isso. O que se vai fazer � interligar duas represas: Cantareira, que tem cinco reservat�rios, e a Para�ba, que tem um reservat�rio s�, que � o Jaguari. Tudo � regrado pela ANA (Ag�ncia Nacional de �guas). Qual � a vaz�o m�nima do Jaguari para o Para�ba? � dez metros c�bicos por segundo. N�o vai tirar um litro, n�o vai reduzir nada, nada, nada", disse Alckmin, que anunciou a obra, or�ada em R$ 500 milh�es, em meio � crise do Cantareira.
A medida causou pol�mica com cidades do Vale do Para�ba e o governo do Rio porque o Rio Para�ba do Sul, que forma a bacia de onde Alckmin pretende captar �gua, abastece cerca de 12 milh�es de pessoas, al�m da agricultura e da ind�stria. Para o tucano, contudo, n�o haver� impacto porque a transposi��o de �gua s� ocorreria quando uma das represas tivesse menos de 35% da capacidade ou mais de 75%. "Isso � o que o mundo faz hoje para diminuir vulnerabilidade, para diminuir estresse h�drico. Voc� tem um reservat�rio de um bilh�o (de metros c�bicos), e passa a ter um reservat�rio de dois bilh�es e 100 (milh�es de metros c�bicos). Se chover bastante voc� guarda mais �gua, e tem reserva para manter mais �gua", disse.
Em mar�o, o Estado revelou, por�m, que as represas que Alckmin quer interligar t�m o mesmo regime hidrol�gico, ou seja, enchem e secam no mesmo per�odo. Isso ocorre porque os reservat�rios Jaguari, em Igarat�, na Bacia do Para�ba do Sul, e o Atibainha, em Nazar� Paulista, do Sistema Cantareira, ficam a cerca de 15 quil�metros de dist�ncia. Segundo relat�rio do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) revelado pelo Estado, a bacia do Para�ba do Sul tamb�m sofre com a estiagem e pode secar ainda este ano.
Nesta quinta-feira, o Cantareira registrou nova queda, j� incluindo o acr�scimo do volume morto (reserva profunda das represas). Segundo a Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp), o n�vel est� em 25,1%. Sem considerar o volume morto, o �ndice � de apenas 6,5% da capacidade, segundo o comit� anticrise que monitora o manancial.