Os trabalhos de montagem do novo sat�lite sino-brasileiro, CBERS-4, est�o caminhando bem e o plano � lan��-lo da China por volta do dia 7 de dezembro, um ano ap�s a perda do seu antecessor, o CBERS-3.
O CBERS-3 foi perdido em 9 de dezembro de 2013, ap�s uma falha no foguete de lan�amento chin�s, modelo Longa Marcha 4B. Um dos motores do foguete parou de funcionar alguns segundos antes da hora, de modo que o sat�lite n�o atingiu a velocidade m�nima necess�ria de 8 km/s para permanecer em �rbita e, depois de ser liberado do foguete, come�ou imediatamente a perder altitude e caiu de volta na Terra - sendo completamente destru�do durante a reentrada na atmosfera.
Coelho, que estava na China para assistir ao lan�amento junto com o ent�o ministro da Ci�ncia e Tecnologia Marco Ant�nio Raupp, contou ao Estado como foi receber a not�cia da perda do sat�lite, que carregava com ele enormes expectativas para o programa espacial brasileiro - dentro do qual o CBERS � pe�a absolutamente fundamental. "Foi um baque muito pesado para n�s", disse. "Todo mundo ficou muito abatido; muita gente chorando."
Foi a primeira falha no lan�amento de um Longa Marcha 4B registrada pelos chineses, que t�m hoje talvez o programa espacial mais din�mico e avan�ado do mundo. "Eles tamb�m ficaram bastante abalados e assumiram na hora a responsabilidade pela falha", contou Coelho.
Detritos
A investiga��o do acidente, segundo ele, revelou que o problema foi causado por um ac�mulo de detritos na linha de combust�vel de um dos dois motores do foguete, que causou uma obstru��o parcial da linha. A press�o aumentou demais por conta disso e o motor desligou automaticamente, para impedir uma explos�o.
Depois disso, os chineses mandaram abrir e inspecionar os motores e linhas de combust�vel de todos os seus foguetes, para ter certeza de que o problema n�o acontecer� novamente.
J� no dia seguinte ao acidente, Coelho convocou uma reuni�o em Pequim e prop�s adiantar o lan�amento do CBERS-4 em um ano (inicialmente, seria lan�ado no final de 2015). "Eles trouxeram estudos preliminares mostrando que era poss�vel, mas que seria muito dif�cil; exigiria provid�ncias enormes dos dois lados."
Por fim, ficou decidido que o lan�amento seria adiantado, mas que o sat�lite precisaria ser montado e integrado na pr�pria China, e n�o no Brasil (no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, em S�o Jos� dos Campos), como estava programado.
O CBERS-4 � um irm�o g�meo do CBERS-3, e suas pe�as j� estavam todas na China para servirem de "sobressalentes", no caso de algum problema de �ltima hora surgir antes do lan�amento. Assim, em vez de trazer as pe�as de volta para o Brasil para montar o sat�lite e depois ter de envi�-lo de volta para a China, optou-se por mont�-lo l� mesmo, com a participa��o dos engenheiros e t�cnicos brasileiros.