Em quatro anos, os repasses governamentais para a Santa Casa de Miseric�rdia de S�o Paulo tiveram aumento real sete vezes maior do que os custos dos atendimentos feitos na unidade pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS), mostram dados obtidos com a institui��o com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a entidade, o aumento nos repasses feitos pelo Estado e pela Uni�o serviu apenas para reduzir o d�ficit nas contas. O montante repassado, diz a Santa Casa, ainda n�o � suficiente para cobrir as despesas da unidade.
J� os gastos com atendimentos nessas unidades passaram de R$ 400,4 milh�es, em 2010, para R$ 500,4 milh�es em 2013, alta nominal de 24% e aumento real de apenas 2%. Na compara��o entre os dois aumentos reais, portanto, a alta nos repasses � sete vezes superior ao crescimento das despesas. No mesmo per�odo, o n�mero de pacientes atendidos cresceu 6%.
Segundo Ant�nio Carlos Forte, superintendente da Santa Casa, apesar da alta nos repasses, eles ainda s�o insuficientes para cobrir as despesas da entidade com os atendimentos feitos pela rede p�blica.
Forte afirma que, no ano passado, o custo dos atendimentos foi de R$ 500,4 milh�es, gerando um preju�zo de R$ 54,6 milh�es. Em 2010, o d�ficit havia sido ainda maior, de R$ 85,2 milh�es. "Entre 2010 e 2013, o d�ficit anual diminuiu e, de fato, os repasses cresceram. Tamb�m � verdade que recebemos incentivos acima da tabela SUS. Mas a quest�o � que a verba ainda n�o cobre nossos custos", diz ele.
O superintendente afirma que essa � a raz�o pela qual a alta dos repasses n�o foi acompanhada pelo mesmo crescimento no n�mero de atendimentos. "Mesmo com os incentivos, a conta n�o fecha. Precisar�amos de R$ 4 milh�es a mais por m�s. E, mesmo que consegu�ssemos esse valor a partir de agora, n�o conseguir�amos ampliar o atendimento porque esse dinheiro seria para que a gente deixasse de ter preju�zo", diz.
Forte afirma que o pronto-socorro � a �rea do complexo hospitalar que d� o maior preju�zo. "Isso acontece porque o atendimento l� � imprevis�vel. N�o sabemos quantos pacientes vamos ter por dia. Hoje (quarta-feira), por exemplo, temos 40 pacientes em macas no corredor, al�m dos 100 leitos ocupados. Por esses 40 pacientes, n�o recebemos nada porque maca n�o � considerada leito."