A Corregedoria Interna da Pol�cia Civil (Coinpol) realiza nesta ter�a-feira, 14, a maior opera��o de combate a quadrilhas que praticam aborto no Brasil. Ao todo, ser�o cumpridos 75 mandados de pris�o preventiva e 118 de busca e apreens�o. Entre os procurados est�o dez m�dicos, oito policiais civis, quatro policiais militares, tr�s advogados, um falso m�dico, um bombeiro militar e um militar do Ex�rcito.
Dividida em sete n�cleos, a quadrilha age na capital e na Regi�o Metropolitana fluminense e realiza abortos em mulheres em diferentes fases de gesta��o e cobram pre�os variados, dependendo da etapa da gravidez.
Gr�vidas de outros Estados tamb�m s�o atendidas, sempre em locais sem condi��es m�nimas de higiene e salubridade, expondo a integridade f�sica e a sa�de das mulheres.
A investiga��o que deflagrou a Opera��o Herodes durou 15 meses e gerou um inqu�rito policial com 56 volumes e 14.108 p�ginas.
Participam 70 delegados, 430 agentes da Pol�cia Civil, 150 viaturas e apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Corregedoria Interna da Pol�cia Militar e do Ex�rcito Brasileiro. H� equipes atuando tamb�m no Esp�rito Santo e em S�o Paulo para cumprir os mandados expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
Casos
No dia 26 de agosto, a auxiliar administrativa Jandira Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos, saiu de casa para fazer um aborto em uma cl�nica clandestina em Campo Grande, na zona oeste do Rio, e desapareceu. Ela estava gr�vida de tr�s meses. O corpo foi achado em um carro carbonizado.
Para dificultar a identifica��o, a quadrilha retirou a arcada dent�ria e cortou os dedos da mulher. Foi necess�rio fazer um exame de DNA.
At� agora, pelo menos nove pessoas foram presas por e indiciadas por homic�dio qualificado, aborto, oculta��o de cad�ver e forma��o de quadrilha.
Em 21 de setembro, a dona de casa Elis�ngela Barbosa, de 32 anos, morreu no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niter�i, na Regi�o Metropolitana. Ela saiu de casa na v�spera para interromper uma gesta��o de cinco meses em uma cl�nica clandestina e pagaria R$ 2,8 mil pelo procedimento.
Na noite do dia 21, ela chegou ao hospital, mas n�o resistiu ao sangramento e morreu pouco tempo depois. Em seu �tero, os m�dicos encontraram um tubo de pl�stico, possivelmente usado para fazer a suc��o do feto.