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Estado de Minas

Campanha contra homic�dio de negros � lan�ada no RJ

No Brasil, 30 mil pessoas entre 15 e 29 anos s�o mortas por ano. Desse total, dados do Mapa da Viol�ncia 2014 aponta que 77% s�o negros e 93% homens


postado em 09/11/2014 14:31 / atualizado em 09/11/2014 19:41

A Anistia Internacional come�ou neste domingo, dia 9, a recolher assinaturas para um manifesto contra o alto �ndice de homic�dios de jovens negros no Brasil, onde 30 mil pessoas entre 15 e 29 anos s�o mortas por ano. Desse total, 77% s�o negros e 93% homens, apontam dados do Mapa da Viol�ncia 2014. Lan�ada com festa no Aterro do Flamengo, na zona Sul do Rio, a campanha "Jovem Negro Vivo" quer dar visibilidade �s estat�sticas e quebrar a indiferen�a da sociedade em rela��o a essas mortes.

Em 2015, o manifesto p�blico ser� entregue � presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff, e a todos os governadores do Pa�s, com o objetivo de pressionar pela implementa��o de pol�ticas p�blicas capazes de alterar esse quadro.

"Queremos provocar a sociedade para sair desse pacto de sil�ncio e indiferen�a. Outro lado � pressionar as diferentes inst�ncias do poder p�blico a promover pol�ticas que ajudem na revers�o desse quadro que se agrava a cada ano. N�o � um desafio simples, porque requer uma combina��o de pol�ticas de v�rias esferas como seguran�a p�blica, educa��o, trabalho e renda", afirma o diretor executivo da Anistia Internacional, �tila Roque.

A Anistia Internacional enxerga a campanha como um projeto de longo prazo e pretende aprofundar as pesquisas sobre o tema. Em junho do ano que vem, a entidade lan�ar� um primeiro relat�rio onde tra�ar� um diagn�stico sobre a l�gica por tr�s dessas mortes. A an�lise levar� em conta especialmente o modo de atua��o do sistema judici�rio e da pol�cia. Uma terceira etapa da campanha ter� como foco cobrar a investiga��o e puni��o de casos individuais de homic�dio, como o do dan�arino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto a tiros em abril na favela carioca Pav�o-Pav�ozinho.

Embora existam algumas iniciativas de governo para combater o homic�dio de jovens, a Anistia considera que elas ainda s�o t�midas e n�o t�m escala para atender a popula��o. Na vis�o de Roque, para serem de fato efetivas as pol�ticas p�blicas precisam ocorrer de forma integrada entre os governos federal, estadual e municipal. Ele faz um paralelo com a A��o da Cidadania contra a Fome, a Mis�ria e pela Vida, liderada pelo soci�logo Herbert de Sousa, o Betinho, embri�o de programas como o Fome Zero e o Bolsa Fam�lia.

"Na d�cada de 90 o Brasil foi capaz de reconhecer na fome um tema central. A sociedade se mobilizou e isso resultou na cria��o de pol�ticas como o Bolsa Fam�lia e trouxe resultados: o Brasil saiu do mapa mundial da fome. A gente quer tirar tamb�m o Pa�s do mapa dos homic�dios de jovens, em particular negros", diz Roque.

Os dados do Mapa da Viol�ncia 2014 s�o alarmantes: de 56 mil homic�dios registrados no Brasil em 2012, �ltimo levantamento dispon�vel, 50% das v�timas foram jovens. A maioria dos assassinatos � praticada com arma de fogo e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados. Apesar das melhorias sociais, da redu��o da pobreza e da desigualdade, nos �ltimos dez anos a quantidade de jovens negros mortos cresceu 32,4%, enquanto a de brancos caiu 32,3%. Em 2007 o total de v�timas de homic�dio no Brasil (47.707) superava os das guerras do Iraque (6.500) e Afeganist�o (23.765) somadas.

A jovem negra Andreza Clemente, de 18 anos, esteve no Aterro para o lan�amento da campanha. "� importante para a sociedade enxergar a viol�ncia contra esses jovens. As pessoas acham que � normal pelo fato de a maioria dos negros serem pobres e favelados. � como se tivessem culpa", diz.

J� Maria de F�tima dos Santos Silva, de 55 anos, perdeu o filho Hugo Leonardo dos Santos Silva, de 33 anos, baleado pela pol�cia em abril de 2012. "A sociedade � indiferente, mas � preciso acabar com a matan�a de quem � preto e pobre", diz F�tima, que se uniu a outras m�es de jovens mortos no evento.

Para atrair os cariocas, a Anistia Internacional organizou uma programa��o com funk, rap, batalhas de passinho e competi��es de skate. H� ainda uma exposi��o interativa com "manequins invis�veis", criada pelo artista Humberto de Castro, que retrata os jovens que tiveram suas hist�rias de vida interrompidas ao serem v�timas de homic�dio. O evento vai at� as 16 horas deste domingo, dia 9.


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