A desconfian�a diante das institui��es p�blicas do Pa�s faz com que 81% dos brasileiros concordem com a afirma��o de que � "f�cil" desobedecer �s leis. O mesmo porcentual de pessoas tamb�m tem a percep��o de que, sempre que poss�vel, os brasileiros escolhem "dar um jeitinho" no lugar de seguir as leis.
O levantamento mostra ainda que a ruptura entre os cidad�os e as institui��es p�blicas ligadas � Justi�a leva 57% da popula��o a acreditar que "h� poucos motivos para seguir as leis do Brasil", segundo o levantamento. "Isso est� relacionado � desconfian�a que as pessoas t�m no comprimento das leis", explica a pesquisadora da FGV Luciana Ramos.
O �ndice de Confian�a na Justi�a Brasileira (ICJBrasil) est� em sua 8ª edi��o e ser� apresentado, na �ntegra, amanh�. Ele faz parte do Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica. A pesquisa ouviu 7,1 mil pessoas em oito Estados, de abril de 2013 a mar�o de 2014. Elas foram convidadas a assinalar desde "discordo muito" a "concordo muito" nas afirma��es propostas.
Os moradores do Distrito Federal foram os que mais disseram acreditar na sa�da do "jeitinho" como regra nas rela��es. No total, 84% dos brasilienses disseram concordar ou concordar muito com a afirma��o. Quem menos acredita no desrespeito �s regras s�o os baianos, mas ainda assim, a porcentagem � alta: 71% deles responderam que concordavam com a percep��o de que todos d�o "um jeitinho", sempre.
A pesquisa tamb�m fez um corte por renda. Quanto maior o rendimento da pessoa, mais alta � a sensa��o de que as leis n�o s�o cumpridas. De acordo com o estudo, 69% dos entrevistados que ganham at� um sal�rio m�nimo concordaram que o "jeitinho" � a regra, porcentual que cresce para 86% na popula��o que ganha mais de oito sal�rios m�nimos.
J� sobre a pol�cia, a renda n�o influencia a m� avalia��o. Entre as pessoas que ganham at� um sal�rio m�nimo, 52% concordam que "a maioria dos policiais � honesta". Para quem ganha oito sal�rios ou mais, o porcentual � de 50%.
Luciana, no entanto, lembra que nem Justi�a nem pol�cia s�o bem avaliadas. "Se a pol�cia faz algo muito errado, isso reflete rapidamente na popula��o, na confian�a que se tem da pol�cia. No Judici�rio, como as coisas s�o muito mais demoradas, esse erro demora mais, n�o tem reflexo imediato na confian�a. Na minha opini�o, acho que isso � o que conta."
Impunidade
Para o aposentado Carlos Afonso Santos, de 87 anos, a impunidade faz com que as pessoas tamb�m passem a desafiar as leis. "Se n�o tem puni��o para dar exemplo e fiscaliza��o, a sensa��o para quem faz algo errado � de que nada vai acontecer", afirmou Santos.