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Estado de Minas

�ltimo r�u do Carandiru � condenado a 624 anos de reclus�o

Ex-policial militar, acusado por 52 das 111 mortes do Pavilh�o 9, � o primeiro PM condenado que vai ficar preso pelos crimes de 1992


postado em 10/12/2014 01:49 / atualizado em 10/12/2014 09:45

O �ltimo r�u acusado de participar do massacre do Carandiru, o ex-policial militar Cirineu Carlos Letang Silva, de 50 anos, acusado por 52 das 111 mortes do Pavilh�o 9, � o primeiro PM condenado que vai ficar preso pelos crimes de 1992, cometidos dentro da Casa de Deten��o.

O ex-soldado foi considerado culpado, na noite desta ter�a-feira, 9, pela maioria dos jurados, no F�rum de Santana, na zona norte de S�o Paulo. Segundo a decis�o do juiz Rodrigo Tellini, que presidiu o julgamento, Silva foi sentenciado a 624 anos de reclus�o. Os outros 73 PMs que foram condenados em julgamentos anteriores (dois j�ris em 2013 e outros dois neste ano) respondem aos crimes em liberdade e podem recorrer das senten�as que variam de 96 a 624 anos.


Inicialmente, os ex-policial, que na �poca do massacre era da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), estava sendo acusado pelo Minist�rio P�blico Estadual por 73 mortes registradas no segundo andar do pavilh�o. No entanto, o promotor Daniel Tostas pediu a absolvi��o do r�u em 21 desses assassinatos, detentos que foram mortos por armas brancas, sem sinais de tiros. A justificativa � a de que esses presos tenham sido mortos em brigas entre os pr�prios detentos.

Silva � o primeiro PM a ficar preso porque j� estava detido desde 2011, pela morte de uma travesti no mesmo ano. O crime foi cometido 72 dias depois que ele ganhou a liberdade provis�ria, ap�s cumprir 18 anos de pris�o pelo assassinato em s�rie de tr�s rapazes, tamb�m travestis. Ele estava preso desde 1993 e chegou a ser considerado um serial killer pelo Minist�rio P�blico Estadual (MPE) e a Pol�cia Civil.

Apesar de condenado pelo j�ri no caso da Casa de Deten��o, para a Justi�a, assim como nas senten�as para os outros policiais e ex-agentes que aturam no Carandiru, ele tamb�m responde � senten�a em liberdade, j� que est� preso pelo homic�dio que cometeu h� tr�s anos.

Durante o julgamento, Tostas disse que n�o "cabe ao Minist�rio P�blico apontar se Cirineu matou A ou B" na opera��o que terminou com os 111 detentos mortos, mas sim comprovar que o comportamento do policial dentro da Casa de Deten��o "concorreu com o ocorrido" e que ele "participou no resultado" das 111 mortes.

Na Casa de Deten��o, Silva foi acusado de participar, junto com outros PMs, das execu��es mais violentas do massacre. No andar em que ele agiu, com outros 25 policiais, alguns presos foram encontrados com dezenas de tiros nas regi�es do tronco e cabe�a. "Todos entraram com a inten��o de matar e cada um participou de sua forma", argumentou o promotor aos jurados no momento da r�plica.

Na tr�plica da advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defendeu todos os policiais condenados, ela argumentou que o r�u foi baleado no bra�o durante a a��o da PM dentro da Casa de Deten��o, sendo socorrido em uma ambul�ncia e impossibilitado de efetuar os disparos. "Esse homem foi atingido, socorrido dentro de uma viatura. Ele n�o tinha condi��es de efetuar os disparos", disse aos jurados.

A defensora tamb�m afirmou que o perito Osvaldo Negrini, respons�vel pelo caso, n�o soube indicar quais PMs mataram os presos. "O pr�prio perito entrou em contradi��o, dizendo que das 73 mortes ele n�o saberia indicar quais ocorreram no segundo andar", afirmou Ieda. Ela tamb�m disse que ir� recorrer da decis�o. Durante a tr�plica ela rebateu o v�deo do filme Carandiru, usado pela promotoria para sensibilizar os jurados.

"Esse filme retrata �nica e exclusivamente o caso. � uma licen�a po�tica de um cineasta que coloca no filme um cavalo subindo escada. Eu lido com a realidade", disse a advogada. Ela respondeu o filme da promotoria mostrando um v�deo em que um detento que se diz ser do Primeiro Comando da Capital (PCC) amea�a e debocha de um juiz.

Pesou contra

Por causa dos ataques contra as travestis, foi pedido um exame de sanidade mental e Silva precisou ser julgado separadamente dos demais ex-companheiros. Um laudo da Justi�a que saiu pouco antes do julgamento o considera semi-imput�vel, ou seja, sabe que est� cometendo os crimes, mas n�o se comporta de acordo com o entendimento. O promotor usou isso contra o r�u. "D� para imaginar a participa��o dele com esse perfil de serial killer dentro do pavilh�o", disse Tostas.

A advogada pediu para que os jurados n�o levassem em conta os crimes contra as travestis, cometidos ap�s 1992. No entanto, em entrevista ap�s o julgamento, ela disse que os assassinatos podem ter pesado na decis�o dos jurados. "N�o posso levar em considera��o fatos posteriores a esse (das travestis)", afirmou a advogada. Ela alegou que quando foi condenado pelo homic�dio das tr�s travestis, o ex-PM estava sendo acusado de 17 assassinatos semelhantes e foi absolvido na maioria deles.


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