Nove dias ap�s a a��o da Pol�cia Militar que deixou 213 professores e 21 policiais feridos em Curitiba, o secret�rio de Seguran�a P�blica do Paran�, Fernando Francischini, entregou o cargo. Nesta semana, h� haviam deixado o governo o secret�rio de Educa��o, Fernando Xavier Ferreira, e o comandante da PM, Cesar Kogut. Ontem, o governador Beto Richa (PSDB) se manifestou pela primeira vez sobre o epis�dio, por carta p�blica, e lamentou o conflito.
“O sil�ncio que guardei nos �ltimos dias serviu para uma reflex�o profunda sobre os acontecimentos do dia 29 de abril, na Pra�a Nossa Senhora de Salete, em Curitiba. Depois disso, adotamos uma s�rie de medidas, que incluiu a troca de secret�rios e mudan�as na legisla��o... Por tudo isso, pe�o humildemente a sua compreens�o. O Paran� precisa do esfor�o e do compromisso de cada um de n�s para seguir adiante. Vamos virar a p�gina do ‘quanto pior, melhor...’”, afirmou, em nota divulgada nas redes sociais.
Considerado uma das pe�as-chave do conflito, Fernando Francischini disse, em entrevista coletiva cinco dias ap�s os conflitos, que a responsabilidade das a��es de campo caberia � Pol�cia Militar. Isso irritou a corpora��o e seu desgaste aumentou ap�s a divulga��o de uma carta p�blica com cr�ticas do comandante-geral da PM, Cesar Kogut. No texto, o coronel afirmou que Francischini participou de todo o planejamento das opera��es e tinha conhecimentos dos desdobramentos.
“O senhor secret�rio de Seguran�a P�blica foi alertado in�meras vezes pelo comando da tropa empregada e pelo comandante-geral sobre os poss�veis desdobramentos durante a a��o e que, mesmo sendo utilizadas as t�cnicas internacionalmente reconhecidas como as indicadas para a situa��o, pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido v�timas manifestantes e policiais militares empregados na opera��o...”, afirmou Kogut, em trecho de carta enviada a Richa.
Francischini, por sua vez, tamb�m entregou uma carta para o governador, onde lista algumas a��es da secretaria, apresenta n�meros de apreens�es de drogas e assume responsabilidade sobre os confrontos. “Finalizo assumindo novamente e publicamente todas as minhas responsabilidades, na atua��o policial nas �ltimas opera��es, apoiando o trabalho da tropa. No entanto, ressalto que, mesmo com as rea��es adversas, continuo defendendo uma apura��o rigorosa tanto da pol�cia quanto do Minist�rio P�blico para que ao final a verdade prevale�a.” Para a vaga de Francischini, que voltar� � C�mara dos Deputados, em Bras�lia, assumiu interinamente o delegado da Pol�cia Federal Wagner Mesquita de Oliveira.
MP e minist�rio
Apesar da sa�da, Kogut e Francischini, al�m do governador Beto Richa, devem dar explica��es ao Minist�rio P�blico do Paran� (MP-PR), que abriu inqu�rito para apurar as responsabilidades sobre os excessos cometidos durante os confrontos. O MP continua ouvindo depoimentos de pessoas que estiveram no Centro C�vico no dia 29. At� ontem, cem pessoas haviam prestado depoimentos e foram gravados 180 v�deos de testemunhas.
O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, disse ontem que a ouvidoria da secretaria j� recebeu 18 den�ncias de viola��es de direitos humanos na a��o da Pol�cia Militar do Paran�. “N�s deslocamos nossa ouvidora nacional para o Paran� e ela deve trazer um relat�rio mais completo.” Segundo Vargas, ele e o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, haviam alertado o governo paranaense sobre o risco de confrontos um dia antes da a��o da PM.