(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Atriz crucificada na Parada Gay diz que n�o quis afrontar religiosos

De acordo com Viviany Beleboni, a inten��o era alertar a popula��o sobre crimes de viol�ncia contra a popula��o LGBT: "Uma amiga minha travesti morreu h� cinco dias. Ela levou quatro tiros na rua e eu tenho v�rios amigos que sofrem preconceito"


postado em 09/06/2015 11:46

O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) criticou a atitude da modelo(foto: Reprodução/Facebook)
O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) criticou a atitude da modelo (foto: Reprodu��o/Facebook)

A imagem de uma transexual crucificada na 19ª Parada Gay de S�o Paulo provocou pol�mica entre religiosos e defensores dos direitos LGBTs. A atriz e modelo Viviany Beleboni, 26 anos, desfilou neste domingo, com uma placa onde se lia “basta homofobia”, no trio el�trico da organiza��o n�o governamental A��o Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCDS). Personalidades evang�licas consideraram a manifesta��o ofensiva. J� a ONG e a artista respons�vel pela performance alegam que o intuito n�o era criticar qualquer religi�o, mas chamar a aten��o para crimes de homofobia no pa�s. O evento paulista � considerado um dos maiores do mundo e reuniu mais de 2 milh�es de pessoas neste fim de semana, segundo estimativa dos organizadores.

Ap�s diversos coment�rios de artistas e de pol�ticos evang�licos nas redes sociais, o Diret�rio Regional do Distrito Federal do Partido Trabalhista Nacional (PTN) informou que vai protocolar a��o no Minist�rio P�blico Federal pedindo que a Associa��o da Parada do Orgulho GLBT seja investigada por crime de inj�ria. Uma pr�via do texto afirma que “o descaso com a imagem de Jesus Cristo desrespeitou princ�pios basilares da f� Crist�”. De acordo com o presidente regional do partido, o deputado distrital Rodrigo Delmasso (PTN-DF), o objetivo � verificar se houver uso de dinheiro p�blico no que ele chamou de “promo��o de intoler�ncia religiosa”. No entendimento do parlamentar, que � evang�lico da Sara Nossa Terra, a manifesta��o poderia ter sido feita de outra maneira. “Est�o colocando que os crist�os s�o homof�bicos. Quem est� sendo intolerante e discriminat�rio n�o somos n�s”, afirmou.

A Associa��o da Parada do Orgulho LGBT recebeu cerca de R$ 1,3 milh�o da prefeitura de S�o Paulo para diversas atividades realizadas entre 7 de maio e 7 de abril, incluindo o evento de domingo. De acordo com o presidente da associa��o, Fernando Quaresma, a programa��o contou tamb�m com recursos do governo do estado de S�o Paulo e apoio das Petrobras e da Caixa Econ�mica Federal, totalizando cerca de R$ 2 milh�es, por�m sem transfer�ncia de verba direta do governo federal. Quaresma afirmou, ainda, que o trio pol�mico n�o era vinculado � organiza��o e criticou a aus�ncia da presidente Dilma Rousseff no evento cujo objetivo � refor�ar a luta por direitos LGBT. “Desde 2011, ela nunca compareceu. J� foi a atos religiosos, mas nunca compareceu � parada, que � a maior do mundo, dentro do pa�s que ela governa. Ela deveria ser mais participativa”, afirmou.

Homofobia


De acordo com Viviany Beleboni, a inten��o n�o foi afrontar religiosos, mas alertar a popula��o sobre crimes de viol�ncia contra a popula��o LGBT e mostrar o estado em que ficam as v�timas de homofobia e transfobia. “Uma amiga minha travesti morreu h� cinco dias. Ela levou quatro tiros na rua e eu tenho v�rios amigos que sofrem preconceito. Eu inclusive fui colocada para fora de casa”, conta. A atriz e modelo trabalha com performances desde os 18 anos e participou da parada outras vezes. Ela conta que tem uma marca na cabe�a de agress�es que sofreu na escola e que ontem chegou a receber amea�as de morte por telefone.

Em 2014, foram registradas 1.013 den�ncias de homofobia pelo Disque 100, servi�o da Secretaria de Direitos Humanos. S�o Paulo � o estado com maior n�mero de casos. Foram 150, o equivalente a 24,68% do total no pa�s. Marcelo Gil, da diretoria de den�ncias da ABCDS, lembra que muitos casos ficam sem solu��o, como o jovem morto no banheiro do metr� Jabaquara em setembro do ano passado. “As travestis s�o violentadas, agredidas e exterminadas. Quando voc� pega um crime de homofobia e transfobia, os requintes de crueldade s�o os piores”, afirma. Um projeto de lei que tornava esses atos crime foi arquivo no Senado em janeiro. Agora uma das op��es � votar uma proposta da deputada Maria do Ros�rio (PT/RS) que tipifica crimes de �dio e intoler�ncia contra diferentes grupos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)