O babala� Ivanir dos Santos, interlocutor da Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa (CCIR), n�o quis responsabilizar institui��es pelo ato, mas condenou a atitude de l�deres religiosos que incitam a intoler�ncia. Para ele, a caminhada de hoje reafirmou “o Estado Democr�tico de Direito e o respeito a todos, que � o que todos n�s queremos”.
A secret�ria de Assist�ncia Social e Direitos Humanos do estado do Rio de Janeiro, Teresa Cosentino, disse que a fam�lia de Kayllane recebeu apoio do Poder P�blico. “N�s damos o apoio psicol�gico que a fam�lia precisa, o apoio jur�dico, e n�s trabalhamos continuamente contra todo tipo de intoler�ncia e preconceito”. Segundo Teresa, � inadmiss�vel que a sociedade n�o seja fraterna e “n�o respeite o direito do outro”.
A secret�ria defende uma ampla agenda de direitos humanos. “A gente vai trazendo outros segmentos que n�o s�o religiosos, mas sofrem tanto preconceito, tanta intoler�ncia como os segmentos religiosos. Na verdade, acho que a gente tem que unir todas as pessoas que sofrem algum tipo de discrimina��o, de preconceito, de apartheid. Porque eu posso ter uma pessoa da umbanda, que � gay; uma mulher que � mu�ulmana e n�o pode trabalhar porque usa o v�u. Tem uma quest�o sexista e de religi�o.”
O chefe de gabinete do Comando-Geral da Pol�cia Militar do Rio, coronel �bis Silva Pereira, classificou como "abomin�vel" o epis�dio ocorrido com Kayllane. “Isso � inaceit�vel. Qualquer pessoa que tem o sentido do que � viver em uma democracia, tem que estar desse lado, contra todo tipo de opress�o e de intoler�ncia”, destacou.
O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assist�ncia Social e Direitos Humanos do estado do Rio de Janeiro, Cl�udio Nascimento, anunciou que, em agosto, a secretaria vai iniciar um trabalho de forma��o com a Pol�cia Militar.
O intuito � formar 6 mil policiais, em todas as regi�es do estado, contra a intoler�ncia e pela liberdade religiosa. Nascimento disse que iniciativa semelhante foi feita com a Pol�cia Civil, nos anos 2013 e 2014, com a instru��o a quase 4 mil policiais sobre como lidar com as demandas das diversas comunidades religiosas.
“A gente percebeu que � fundamental avan�ar tamb�m para a Pol�cia Militar, para preparar quem faz o policiamento ostensivo de que o papel da pol�cia �, inclusive, o de proteger o legado, a hist�ria e a liberdade de express�o de todos os segmentos religiosos”. O servi�o de atendimento do governo fluminense a v�timas de intoler�ncia religiosa � feito por meio do telefone (21) 2334-9550.
O pastor da Igreja Batista da Vila da Penha, Jo�o Melo, esteve no evento para manifestar a posi��o de rep�dio � agress�o.
O padre Jos� Rosa Afonso, da par�quia Jesus Ressuscitado, da Penha, tamb�m esteve presente. “Deus ama a todos, quis salvar a todos e a f� n�o se imp�e a ningu�m; se prop�e. Cada um tem a liberdade de escolha”, disse o p�roco. Ele avaliou que a agress�o � menina foi fruto de um fanatismo religioso que gera intoler�ncia na sociedade.
O padre destacou que a Igreja Cat�lica � aberta ao di�logo ecum�nico e interreligioso com crist�os e n�o crist�os. ”N�o est� certo matar em nome de Deus e praticar viol�ncia em nome de Deus, em nome da religi�o. A religi�o deve religar os homens a Deus, n�o dividir as pessoas.”