
Rio, 08 - O Dom Quixote da Mocidade Independente entrou na avenida lutando contra moinhos de ventos. Mas o inimigo imagin�rio n�o demorou a se transformar em problemas reais, o combate � corrup��o e o esc�ndalo da Petrobr�s. �nica a levar a cr�tica pol�tica para a Sapuca� no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, a agremia��o correu riscos tamb�m no tamanho de seus carros aleg�ricos, os mais altos e largos at� agora. V�rios tiveram problemas na dispers�o, prejudicando a evolu��o da escola.
A encena��o de Dom Quixote arrancou aplausos da plateia. O lun�tico mais famoso da literatura come�ou o desfile com batalhas imagin�rias, mas s� at� o momento em que o moinho se transformou em torre de petr�leo, de onde sa�ram cinco engravatados sem cabe�a, de terno preto, ladeando uma figura feminina vestida de vermelho. Todos acabaram colocados atr�s das grades por Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pan�a. O cavaleiro ressurge sobre o moinho, com uma bandeira do Brasil nas m�os.
Um dos core�grafos da comiss�o de frente, Saulo Finelon, recha�ou qualquer liga��o com o atual governo. Segundo ele, a cor vermelha da roupa foi escolhida por acaso e a figura feminina entrou em cena apenas para mostrar que a corrup��o n�o � uma quest�o de g�nero. “Tem o contraste, o preto � escuro, vermelho � sangue. H� muito sangue na nossa pol�tica”, completou Jorge Teixeira, outro respons�vel pela coreografia.
As refer�ncias � corrup��o permearam o desfile da escola de Padre Miguel, que mostrou todos os s�mbolos cl�ssicos, de ratos e moscas a d�lares em malas. A imensa alegoria animada de Quixote dominou a avenida desde a entrada e foi a primeira a dar ind�cios de que a agremia��o poderia ter dificuldades na dispers�o. Mas os carros seguintes, do petr�leo e dos ratos, foram os mais problem�ticos, provocando buracos em alguns momentos e muita correria no final. A Mocidade encerrou sua participa��o faltando dois minutos para o fim do tempo m�ximo permitido, de 82 minutos.