
Pelo menos duas pessoas morreram no desabamento de parte da ciclovia: o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari comunit�rio Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos. Bombeiros ainda buscam os corpos de outras poss�veis v�timas.
"� �bvio que se essa ciclovia tivesse sido feita de forma perfeita, n�o ter�amos essa trag�dia, esse absurdo. Ent�o obviamente h� problemas ali", declarou Paes a jornalistas.
O prefeito diz que s� poder� determinar as causas do acidente ap�s a conclus�o de duas auditorias, encomendadas ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidrovi�rias (INPH) e ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de P�s-Gradua��o e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
"Contratamos essa auditoria da Coppe e INPH para identificar isso tecnicamente e responsabilizar quem tiver que ser responsabilizado. Ou seja, se (houve) erro de projeto, erro de execu��o, erro de acompanhamento, de fiscaliza��o. O que a gente pode responder neste momento � que est� claro, n�o precisa nem ser olhado, � que as coisas n�o foram bem feitas ali", completou o prefeito.
Parte da ciclovia permanece interditada indefinidamente, por determina��o da Defesa Civil. O trecho que liga o Leblon � comunidade do Vidigal foi liberado para o uso da popula��o. Segundo o prefeito, esse percurso j� era utilizado pelos moradores e funcionava como uma esp�cie de passeio p�blico, tendo recebido apenas refor�o de pavimenta��o e conten��o. Segundo ele, a Prefeitura n�o trabalha atualmente com a possibilidade de demolir a ciclovia. "N�o � esse o nosso desejo, n�o � esse o nosso trabalho. Estamos trabalhando para mant�-la", afirmou.
A Concremat, empresa que construiu a ciclovia, possui ainda contrato com a prefeitura do Rio para fazer o gerenciamento de sete obras ligadas � Olimp�ada. Um desses contratos refere-se � pr�pria ciclovia. No entanto, Paes explica que os contratos referem-se ao acompanhamento do cronograma da obra, e n�o � fiscaliza��o da qualidade. "� uma especialidade da empresa", defendeu.
Paes recha�ou insinua��es de que a empreiteira - que pertence � fam�lia do secret�rio municipal de Turismo, Ant�nio Pedro Figueira de Melo - tenha sido beneficiada pelo governo do munic�pio. "A Concremat � uma empresa de mais de 60 anos, que trabalha para a prefeitura do Rio h� muito tempo. � uma empresa respeitada no mercado, pelo menos at� esse epis�dio", disse.
No governo Paes, a Prefeitura do Rio desembolsou R$ 186 milh�es em contratos firmados com a Concremat, um crescimento de 463% em rela��o ao per�odo de 2000 a 2008, quando a empresa recebeu R$ 33 milh�es em contratos com o governo.
Entretanto, Paes alega que todas as 350 empresas que trabalham para a prefeitura provavelmente tiveram aumento no volume recebido, porque o governo elevou em aproximadamente 900% o total de investimentos no per�odo. O governo Paes investiu R$ 39,243 bilh�es de 2009 a 2016, contra R$ 4,404 bilh�es investidos no governo anterior, de 2000 a 2008. "� mais do que natural que uma empresa do tamanho da Concremat tivesse aumento nos repasses da Prefeitura", defendeu Paes.
Quanto ao relat�rio da 2ª Inspetoria Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas do Munic�pio (TCM), que apontou falhas na pista da ciclovia no trecho pr�ximo ao mirante do Leblon que j� havia sido conclu�do, Paes disse que todas as contesta��es foram acatadas, debatidas ou respondidas pela Prefeitura. Segundo o jornal O Dia, os t�cnicos do TCM encontraram trincas na pista, entre tampas de bueiro, al�m de depress�es.
"O TCM faz permanentemente relat�rios. Tudo � esclarecido. Essas fiscaliza��es v�o contestando. L� atr�s, o tribunal de contas disse isso: olha, est� prendendo demais, n�o precisa gastar tanto, n�o precisa de tanto pino. Mantivemos a tese da prefeitura (quantidade de pinos que fixavam a estrutura na base)", justificou Paes.