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Estado de Minas

Obra de ciclovia n�o considerou ondas fortes


postado em 27/04/2016 09:19 / atualizado em 27/04/2016 09:48

A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano.(foto: Fernando Frazao/Agencia Brasil )
A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano. (foto: Fernando Frazao/Agencia Brasil )
 

Rio de Janeiro, 27 - Nos relat�rios mensais de acompanhamento de constru��o da Ciclovia Tim Maia, a prefeitura do Rio deixou de considerar as ondas fortes comuns naquele trecho do litoral carioca como risco � obra e aos oper�rios. Uma delas derrubou, h� seis dias, um trecho de 50 metros do percurso entre os bairros do Leblon e de S�o Conrado, na zona sul. Dois homens morreram.

Os documentos relacionam perigos decorrentes do tr�fego pesado na Avenida Niemeyer, via litor�nea ao lado da ciclovia, e da inclina��o da encosta.

Falam at� da proximidade com �reas urbanas. Mas n�o abordam a possibilidade de ressacas. "Em geral, a ciclovia n�o contempla riscos consider�veis", apontam os relat�rios produzidos pela Secretaria Municipal de Obras e pelo cons�rcio construtor em abril, maio e junho de 2015. A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano. O relat�rio de abril informa apenas que a regi�o "� considerada zona de respingo de mar�, o que aumenta o grau de dificuldade de execu��o das obras", no cap�tulo Descri��o do Empreendimento.

No relat�rio de junho de 2015, � dito que "a ciclovia em quest�o ser� constru�da em uma �rea de escarpas, exigindo cuidados adicionais na sua execu��o". "A obra foi dividida em 15 trechos, cada qual com a sua peculiaridade geol�gica/geot�cnica. A montante da avenida s�o verificadas vertentes c�ncavas, convexas, escarpas naturais e talvegues (local mais profundo de um vale). Esses fatores tornam a regi�o mais suscet�vel a deslizamentos de solo e de blocos soltos de rochas, pertencentes �s falhas naturais", diz.

Nos relat�rios, a prefeitura relata os avan�os no contrato de execu��o do servi�os, por meio de textos, cronogramas, gr�ficos, quadros, tabelas, planilhas e registros fotogr�ficos. A gest�o municipal informou que os documentos s�o encaminhados ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), respons�vel pelo financiamento da obra.

Improbidade
O Minist�rio P�blico do Estado do Rio instaurou inqu�rito civil para apurar eventuais atos de improbidade administrativa provenientes da contrata��o, pela Funda��o Geo-Rio (vinculada � prefeitura), do cons�rcio Concremat. A prefeitura proibiu ontem o cons�rcio de participar de licita��es de novas obras p�blicas na cidade "enquanto durarem os trabalhos de apura��o das responsabilidades t�cnicas pelo acidente da Ciclovia da Niemeyer".

O munic�pio informou ainda que todos os pagamentos para o cons�rcio est�o retidos. O decreto do prefeito, que ser� publicado hoje, ainda determina que os respons�veis t�cnicos pela obra sejam afastados de qualquer contrato firmado com o munic�pio.

Monitoramento
� poss�vel tornar a Ciclovia Tim Maia, na zona sul do Rio, segura para ciclistas e pedestres, avaliam engenheiros ouvidos pela reportagem. Eles defendem, por�m, que o monitoramento das ondas seja permanente.

"O que tem de ser feito � �bvio: que haja algo que suporte a a��o das ondas e tamb�m um sistema de alerta que feche a ciclovia, em caso de ressaca. Ainda que a estrutura fosse forte, teria ocorrido a trag�dia, porque as pessoas seriam engolidas pelo mar", disse o engenheiro Paulo Cesar Rosman, do Programa de P�s-gradua��o em Engenharia (Coppe) da UFRJ.

Uma das formas de proteger a ciclovia � instalar um anteparo entre o mar e a pista. As t�cnicas s�o variadas, sendo uma delas a de enrocamento, que consiste na coloca��o de blocos de pedra ou de cimento, dispostos uns sobre os outros, sobre os quais as ondas incidam, chegando � pista com menos energia, disse Manoel Lapa, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ). "D� para reconstruir sem qualquer tipo de temor. Mas tem de fechar quando n�o for absolutamente seguro."

O presidente do Crea-RJ, Reynaldo Barros, afirmou que a prefeitura dever� realizar an�lise preliminar de risco para avaliar todas as falhas na constru��o, considerando a influ�ncia de corros�o, mar�s, vento e ondas. "� preciso um cuidado especial, pois a natureza cobra o devido valor pelas coisas mal feitas."


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