O criminalista Breno Melaragno, presidente da Comiss�o de Seguran�a P�blica da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) e escalado para acompanhar o inqu�rito sobre o estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos na zona oeste do Rio, afirmou neste s�bado que o convite feito pela Pol�cia Civil � uma maneira de dar "transpar�ncia" e fazer um "controle interno" dos procedimentos adotados pelos policiais. Na opini�o dele, as autoridades tomaram tal iniciativa diante do "anseio popular" para que o caso seja resolvido.
J� na pr�xima segunda-feira (30), Melaragno dever� ir � Cidade da Pol�cia, sede das delegacias especializadas na zona norte do Rio e onde o caso da menina est� sendo investigado, para ficar a par dos detalhes da apura��o. Al�m dele, devem atuar como observadoras a presidente da OAB Mulher, Daniela Gusm�o, e uma representante da Comiss�o dos Direitos da Crian�a e do Adolescente.
"Nosso papel ser� zelar pelas prerrogativas de todos os advogados e, consequentemente, ajudar a pol�cia a apurar a verdade dos fatos", disse o criminalista. Melaragno afirmou ainda que as imagens e as circunst�ncias "presumem um crime b�rbaro".
A partir de segunda, os representantes da OAB devem ouvir advogados da adolescente e dos suspeitos, bem como os delegados que atuam no caso, Alessandro Thiers, da Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica (DRCI), e Cristiana Bento, da Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente V�tima (DCAV). Os observadores poder�o atuar inclusive para "evitar que qualquer mal-estar ocorra", segundo Melaragno.
Hoje, mais cedo, a advogada da v�tima, Elo�sa Samy, afirmou que pedir� o afastamento de Thiers das investiga��es. Segundo ela, o policial teria conduzido o interrogat�rio da garota de forma inadequada, criminalizando-a. A Pol�cia Civil contestou a vers�o e disse que trabalha de forma t�cnica.
Demora
Melaragno reconheceu que o caso desperta grande ang�stia na popula��o para que se capturem os criminosos, mas defendeu que as autoridades ajam com cautela. "A demora (no pedido de pris�o de suspeitos) leva a ansiedade popular muito grande, mas � melhor isso do que prender sem provas", disse.
"A OAB sempre entendeu que pris�o cautelar s� se d� por extrema necessidade, e n�o para saciar anseios populares de culpa. A OAB milita nos direitos da mulher, contra a viol�ncia sexual e tamb�m em rela��o � necessidade de subs�dios para a pris�o. Al�m disso, o pr�prio delegado esclareceu que ainda h� investiga��es", acrescentou o criminalista.