A defesa da jovem de 16 anos v�tima de estupro coletivo na zona oeste do Rio teve uma reuni�o na noite deste s�bado com representantes da Coordenadoria de Direitos Humanos e das Promotorias de Justi�a de Viol�ncia Dom�stica e Familiar contra a Mulher do Minist�rio P�blico do Estado do Rio (MP-RJ). Segundo o coordenador de Direitos Humanos do MP-RJ, M�rcio Moth�, os pleitos apresentados pela advogada Elo�sa Samy Santiago ser�o encaminhados pelo promotor respons�vel pelo caso, M�rcio Nobre.
Nobre � o respons�vel pelos casos relacionados � Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica (DRCI), que cuida do caso de estupro porque filmagens do crime ca�ram na internet. Em entrevista ao RJTV, da TV Globo, Nobre ressaltou que o comportamento da v�tima n�o tem influencia sobre a apura��o da ocorr�ncia de estupro e que a simples divulga��o de v�deos j� configura crime.
Em entrevista ao Estado, Moth� evitou fazer coment�rios sobre a conduta da pol�cia no caso, embora tenha admitido que a defesa estava indignada "com raz�o". "O estupro � um crime absurdo, hediondo, com pena muito maior do que a divulga��o (dos v�deos)", afirmou Moth�, ressaltando que falava em car�ter "gen�rico" e pessoal, n�o em nome do MP-RJ.
Segundo o procurador, a advogada Elo�sa reclamou que a investiga��o da DRCI n�o est� dando a devida aten��o ao crime de estupro, focando-se com mais aten��o na quest�o da divulga��o dos v�deos. Mais cedo, ao Estado, Elo�sa afirmou que o delegado Alessandro Thiers, titular da DRCI, est� criminalizando a adolescente. "Ele perguntou � v�tima se ela tinha por h�bito participar de sexo em grupo", disse.
Em resposta, a Pol�cia Civil afirmou em nota que "a investiga��o � conduzida de forma t�cnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos". Segundo a pol�cia, a v�tima foi perguntada se conhecia outro v�deo em que ela apareceria tendo rela��es sexuais com homens, conforme relatara uma testemunha. A pol�cia tamb�m apontou para diverg�ncias entre a advogada e a m�e da adolescente.
Segundo Elo�sa, ap�s as perguntas consideradas por ela inadequadas, o depoimento foi interrompido, mas a m�e da adolescente passou a responder aos questionamentos do delegado. A advogada contou que, nesse momento, deixou a sala ao lado da v�tima, e a m�e dep�s separadamente.
A pedido da Pol�cia Civil, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) acompanhar� as investiga��es sobre o estupro.
O chefe da Pol�cia Civil, Fernando Veloso, afirmou que representar contra o delegado "faz parte da democracia". "Se a advogada tiver raz�o, vamos adotar as medidas necess�rias", disse Veloso ao RJTV, da TV Globo.
Ap�s a reuni�o no MP-RJ, Elo�sa disse ao Estado que estava confiante de que teria uma resposta do promotor do caso na segunda-feira. No s�bado de manh�, a adolescente deixou o apartamento onde mora, em um condom�nio de classe m�dia no bairro da Taquara, na zona oeste.
Segundo funcion�rios do pr�dio, a jovem foi embora com a m�e, o pai, o irm�o mais novo e o filho de 3 anos. A advogada confirmou que a fam�lia deixou o apartamento, mas deu informa��es sobre a localiza��o da fam�lia.