Rio de Janeiro, 04 - Alunos e professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em cujo c�mpus da Ilha do Fund�o, na zona norte da capital fluminense, foi assassinado o estudante Diego Vieira Machado, no s�bado, 2, relatam epis�dios de homofobia recorrentes em suas depend�ncias.
No banheiro da Escola de Comunica��o, no c�mpus da Praia Vermelha, na zona sul, foi feita uma picha��o com a inscri��o "Morte aos gays da UFRJ". Em outro banheiro, no Centro T�cnico da Engenharia, no Fund�o, foi escrito "S� tem viado (sic) nessa p...".
"N�o podemos naturalizar esse discurso de �dio. � um corpo negro e gay abatido no ch�o. � um sinal da onda de conservadorismo na universidade, que acaba n�o s� com a nossa liberdade, mas com a nossa vida", disse o aluno de Engenharia Brenner Oliveira, de 24 anos, do Diret�rio Central dos Estudantes, que est� organizando um ato para a pr�xima quinta-feira, 7, em mem�ria do colega vitimado.
O reitor da UFRJ, Roberto Lehrer, classificou o crime de "b�rbaro e perverso". "Essas formas de express�o homof�bicas s�o inadmiss�veis. Somos um espa�o civilizat�rio e n�o podemos aceitar qualquer forma de intoler�ncia que diga respeito a racismo e homofobia", afirmou.
Ele citou uma mensagem de teor amea�ador contra gays que teria Diego Vieira Machado como alvo. O e-mail, que teria sido enviado de dentro da universidade, circula h� dois meses e est� sendo investigado pela Pol�cia Federal. O reitor disse que j� se sabe que ele partiu de um computador do Canad�.
Lehrer preside uma sess�o plen�ria que trata do assunto. A reuni�o, entre decanos, j� estava marcada e conta com a participa��o de estudantes.
Eleonora Ziller, diretora da faculdade de Letras, onde o aluno morto estudava, disse que o fato de ele ser um ativista dos direitos das pessoas LGBT torna o crime ainda mais grave. "Se � assim que vamos lidar com a diversidade na UFRJ, � melhor fecharmos as portas."
Ela citou tamb�m outros casos de viol�ncia no Fund�o, como o estupro de uma caloura, que n�o teve coragem de denunciar o crime � pol�cia. "Quantos mais n�o se denunciaram por medo?"
O rapaz morava no alojamento do Fund�o, por ser do Par�. Ele tinha 24 anos e foi encontrado morto �s margens da Ba�a de Guanabara, com marcas de escapamento e sem as cal�as. Todos os ind�cios levam a crer que o assassino foi movido por �dio a homossexuais.