Sorocaba, 17 - O promotor de Justi�a e professor da Faculdade de Direito de Sorocaba (SP) Jorge Alberto de Oliveira Marum considerou "infeliz" o coment�rio que ele fez em rede social sobre o caso do estudante morto a tiros pelo pai, na ter�a-feira, 15, em Goi�nia, porque defendia a ocupa��o de escolas.
Ao compartilhar not�cia sobre o caso no Facebook, Marum postou um coment�rio em que chamava o estudante de vagabundo. "N�o precisava tanto. Era s� cortar a mesada do vagabundo e chorar no banho."
Na noite desta quarta-feira, 16, procurado pela reportagem, Marum disse que n�o falou como promotor e pediu desculpas aos familiares que se sentiram ofendidos.
''Foi um coment�rio infeliz, feito de improviso, no calor da leitura. N�o quis ofender ningu�m, apenas expressar que sou contra as invas�es de escolas'', declarou Marum. ''A educa��o � um servi�o p�blico essencial, assim como a sa�de. Existem outras formas de se expressar sem impedir as aulas.''
Ele disse que se expressa no Facebook como cidad�o no uso de sua liberdade de express�o, mas j� retirou o coment�rio. ''N�o era inten��o ofender, por isso pe�o desculpas.''
Repercuss�o
O presidente da subsec��o de Sorocaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), M�rcio Rog�rio Dias, disse que manifesta��es como ocupa��o de escolas, como forma de reivindicar e marcar posi��o sobre temas oportunos, s�o direitos de livre manifesta��o previstos na Constitui��o.
''Se a mobiliza��o � feita sem arrua�a e baderna, dentro da ordem, � constitucional. Se formos impedir a livre manifesta��o, vamos acabar com a democracia'', disse Dias. Ele disse n�o poder julgar o coment�rio feito pelo promotor de Justi�a e professor da Faculdade de Direito de Sorocaba por n�o conhecer o contexto da frase.
Para o presidente seccional da OAB, participar de movimentos sociais e ocupa��es n�o torna a pessoa um criminoso ou vagabundo. "N�o sei o contexto em que foi feito o coment�rio, mas nosso pensamento � de que as ocupa��es, sem obstruir o direito de outros e sem menosprezo ao trabalho policial, s�o l�citas. O que n�o se pode aceitar � depreda��o e baderna."
Outro caso
O promotor j� havia causado pol�mica quando comentou o tema da Reda��o do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) do ano passado. O exame pedia que os candidatos escrevessem um texto sobre a viol�ncia contra a mulher no Brasil.
� �poca, ele disse que ''mulher nasce uma baranga francesa que n�o toma banho, n�o usa suti� e n�o se depila'' e que ''s� depois � pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher''. Sobre este caso, a OAB chegou a lan�ar uma nota em rep�dio � declara��o do promotor.
