
Chamado pelos detentos do Complexo Penitenci�rio An�sio Jobim, o Compaj, para negociar o fim da rebeli�o que terminou na morte de ao menos 60 presidi�rios, o juiz Luis Carlos Hon�rio de Valois Coelho � suspeito de possuir liga��o com a fac��o Fam�lia do Norte e foi alvo de busca e apreens�o na segunda fase da opera��o La Muralla. Respons�vel pela Vara de Execu��o Penal (VEP) do F�rum Henoch Reis do Tribunal de Justi�a, em Manaus, Valois aparece nas intercepta��es da comunica��o de integrantes da Fam�lia do Norte realizadas pela Pol�cia Federal.
Encaminhado ao Superior Tribunal de Justi�a (STF), o pedido de busca e apreens�o do Minist�rio P�blico Federal relaciona a necessidade das medidas cautelares contra o juiz aos "fortes ind�cios de participa��o do magistrado no ajuste criminoso destinado � libera��o de presos integrantes do grupo FDN."
Ao autorizar as dilig�ncias contra Valois, o ministro Raul Ara�jo, do STJ, apontou como relevante "a informa��o de que em momento de crise institucional no sistema prisional do Estado do Amazonas, o mencionado magistrado teria solicitado apoio dos presos para permanecer na fun��o". A solicita��o foi flagrada pela PF em conversas interceptadas entre advogados da FDN e um dos l�deres da fac��o chamado Jos� Roberto.
Em uma das mensagens, a advogada Lucimar Vidinha, apontada como integrante da FDN, conversa com Jos� Roberto "sobre a possibilidade de elaborar um abaixo-assinado por todos os presos". Segundo a PF, ap�s a conversa, Jos� Roberto ordenou que Vidinha conversasse pessoalmente com Valois "esclarecendo que se fosse isso mesmo que o magistrado precisasse, a ordem seria dada aos presos".
Para o MPF, "ao cotejar os elementos de investiga��o relacionados ao primeiro grau do Poder Judici�rio amazonense, � poss�vel verificar, desde logo, a hip�tese de participa��o do Juiz Luis Carlos Hon�rio de Valois Coelho no ajuste criminoso destinado � libera��o de presos integrantes do grupo FDN."